O juiz, os representantes do Ministério Público, os advogados de defesa e as duas mulheres acusadas pela morte de Kim Jong-nam – a indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Doan Thi Huong – visitaram o laboratório químico para analisar amostras da roupa de ambas antes de estas serem formalmente submetidas como provas.

Este tipo de ação não é incomum em processos-crime na Malásia, onde os juízes visitam com frequência os locais do crime. Neste caso, a decisão foi tomada depois de o especialista químico do governo Raja Subramaniam ter afirmado em tribunal que o VX detetado na roupa pode estar ainda ativo.

Depois da visita ao laboratório, os advogados de defesa devem inquirir Raja Subramaniam que declarou na semana passada que o agente nervoso VX foi encontrado na roupa das mulheres, bem como no rosto, olhos, roupa e amostras de sangue e de urina de Kim.

O Ministério Público indicou que esta semana vai apresentar imagens de videovigilância do aeroporto de Kuala Lumpur que mostram as duas mulheres a levar a cabo o ataque e que, segundo argumenta, indicam que ambas sabiam que estavam a lidar com veneno.

Os advogados de defesa alegam, por seu lado, que as duas mulheres foram enganadas por presumíveis agentes norte-coreanos, ao serem levadas a acreditar que estavam a pregar uma partida inofensiva para um programa de apanhados.

Doan Thi Huong e Siti Aisyah, que se declararam inocentes no início do seu julgamento na passada segunda-feira, dia 2, arriscam pena de morte caso sejam condenadas.

O tribunal planeia ouvir 40 pessoas entre testemunhas e especialistas durante o julgamento, cuja conclusão está prevista para finais do próximo mês.

Segundo as autoridades malaias, Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado em 13 de fevereiro no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, supostamente pelas duas mulheres que lançaram o agente químico nervoso VX contra o seu rosto, provocando a sua morte minutos depois.