Na sua resolução, a Junta também se referiu a uma “especulação” que considerou “infundada”, com a decisão revelada na rede social X (ex-Twitter) pelo secretário-geral do Partido Popular (PP, direita), Alfonso Serrano.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, esquerda) tinha pedido que fossem revistos os 30.300 votos nulos que foram registados em Madrid após o final do escrutínio, e que confirmou mais um deputado para o PP (137), e menos um para o PSOE (121) devido ao voto dos eleitores residentes no estrangeiro.

O PSOE avançou com este pedido devido à curta margem de voto entre o partido e o PP, devendo rever-se os votos nulos “para obter as máximas garantias possíveis e para que nenhum voto possa ficar fora por não ter sido feito mais um pequeno esforço”, indicaram fontes partidárias citadas pela agência noticiosa EFE.

O PP venceu as eleições do passado domingo, mas sem alcançar uma maioria absoluta com o VOX, de extrema-direita, com quem governa em coligação em três regiões autónomas.

O PSOE foi o segundo partido mais votado, mas ao contrário do PP tem ainda possibilidades de conseguir os apoios parlamentares para nova investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.

O partido socialista tem mais aliados no parlamento do que o PP e, se chegar a acordo com todos eles, Sánchez tem possibilidade de voltar a ser primeiro-ministro, à frente de um governo de coligação PSOE/Sumar.

Estão em causa cinco partidos regionalistas, nacionalistas e separatistas que já viabilizaram o atual governo, mas a que este ano se junta mais um, o Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente do Governo Regional Carles Puigdemont.

O JxCat, independentista, votou contra a investidura de Sánchez na última legislatura, mas desta vez o líder socialista terá de contar com o apoio dos sete deputados do partido catalão para voltar a liderar o Governo.

Nenhum dos partidos com quem o PSOE e o Sumar tem de negociar rejeitaram, para já, a possibilidade de conversações e apoio a um novo governo de esquerda.

Dirigentes socialistas disseram, ao longo da última semana, que o PSOE vai fazer negociações de forma discreta e só após umas semanas de férias, remetendo eventuais novidades para depois da constituição formal do parlamento, em 17 de agosto.