“Os cemitérios têm sido lugares de paz e de reduzida frequência de pessoas. No entanto, a proximidade do dia de Ramos e da Páscoa levou a uma decisão coletiva das freguesias, envolvendo o Município, no sentido de encerrar estes espaços”, refere o anúncio publicado nas redes sociais por várias Juntas de Freguesia de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.

A União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso acrescenta que o encerramento dos cemitérios será feito por tempo indeterminado, estando em causa “acautelar estes períodos do ano em que a frequência tende a aumentar”.

Pedroso e Seixezelo é outra das juntas de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, que avisa a população que os cemitérios estarão fechados a partir de terça-feira, à semelhança da junta de Oliveira do Douro que termina a mensagem com um pedido: “A compreensão de todos é decisiva”.

Já a Junta de Freguesia de Canidelo especifica, numa nota publicada na sua página de Facebook, que estes espaços “serão abertos apenas para a realização de funerais”.

Por sua vez a União das Freguesias de Sandim, Olival, Lever e Crestuma apela à compreensão lembrando que toda a comunidade vive um “momento decisivo” em referência à pandemia covid-19.

“Para a realização de serviços fúnebres devem contactar a junta de freguesia”, pede a autarquia que junta Sandim, Olival, Lever e Crestuma.

Avisos como estes repetem-se pelas páginas das várias Juntas de Freguesia, nomeadamente a de São Pedro da Afurada e Santa Marinha que partilha uma mensagem comum a várias juntas: “Até hoje não se registou nenhum caso de aglomeração e sabemos que o cemitério é um local especial de partilha com os entes queridos”.

O concelho de Vila Nova de Gaia é um dos dez concelhos com mais casos registados de infeção pela covid-19, com 344 casos, aparecendo em terceiro lugar no relatório divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), logo após o Porto (941 casos) e Lisboa (633).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela DGS, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.