O Tribunal determinou que apenas seis das 24 linhas desse poema do humorista alemão poderão ser citadas, dando uma vitória parcial ao líder turco.
O poema acusa Erdogan de bestialidade e de pedofilia e provocou uma tempestade no debate sobre liberdade de expressão na Alemanha. A chanceler alemã, Angela Merkel, criticou o autor, depois de autorizar possíveis procedimentos legais contra ele. Qualquer acusação contra o humorista deve ser iniciada ao abrigo da raramente usada seção 103 do Código Criminal da Alemanha - sobre insultos a órgãos, ou a representantes de Estados estrangeiros. A pena prevista é de até três anos de prisão.
Consultada pelo presidente turco, a justiça "atendeu, em parte, ao pedido apresentado por ele" e "impediu Böhmermann da expressão de alguns trechos que, em razão do seu conteúdo ultrajante e ofensivo à honra, não foram apoiados por Erdogan", explica o tribunal num comunicado.
A 31 de março, o humorista disse saber que, ao dizer o poema, iria além dos limites autorizados pelo direito alemão. Böhmermann comenta a atualidade, frequentemente de forma provocativa, no seu programa "Neo Magazin Royale". Segundo ele, o poema foi uma resposta à decisão de Ancara de convocar o seu embaixador na Alemanha como protesto contra uma música transmitida na televisão alemã, que satirizava Erdogan. Este caso perturbou as relações entre Alemanha e Turquia, uma parceria crucial para tentar reduzir o fluxo de migrantes para a Europa.
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