Kazuo Ueda, que tem um mandato de cinco anos, é o primeiro governador do banco central japonês desde 1945 oriundo do mundo académico e não político.

No final deste mês, o banco central japonês vai realizar a primeira reunião sobre política monetária sob a liderança de Ueda, para decidir se mantém a estratégia de estímulo, em vigor há uma década, para conseguir atingir uma taxa de inflação anual estável de 2%.

O índice de preços no consumidor (IPC) no Japão situou-se em 2,3% em 2022, principalmente devido a fatores externos, como preços mais elevados da energia e das matérias-primas, no maior crescimento registado em oito anos e acima do objetivo do BoJ.

O antigo governador do BOJ desde 2013 Haruhiko Kuroda lamentou que a instituição não tivesse conseguido atingir uma inflação sustentada de 2%, durante o seu mandato.

Na última conferência de imprensa, enquanto governador do BOJ, na sexta-feira, Kuroda salientou que estas políticas de flexibilização em grande escala combinadas com medidas governamentais “tiveram um efeito positivo nos preços e na economia, e puseram fim à deflação no Japão, no sentido de uma descida prolongada dos preços entre 1998 e 2012”.

O BOJ é o único banco central entre as principais economias mundiais a manter taxas de juro de referência ultra baixas, uma estratégia que conduziu a efeitos colaterais como uma forte desvalorização do iene face ao dólar, ao euro e a outras moedas.

Outro impacto negativo das políticas do BOJ é a crescente dívida pública do Japão, que, juntamente com a pressão do mercado sobre os preços das obrigações governamentais, está a forçar o banco a repensar o rumo a curto prazo.