O procedimento estipula um prazo de 90 dias para apresentação de propostas.

O objetivo do programa REVIVE, dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças, é valorizar e recuperar o património edificado nacional que se encontra sem utilização, reforçando, assim, a atratividade dos destinos turísticos regionais e o desenvolvimento dos territórios onde esses se integram.

Num comunicado hoje divulgado, a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, disse esperar agora "que os investidores que já haviam manifestado interesse em criar um hotel no mosteiro se candidatem", efetivamente, ao programa.

A convicção de Margarida Belém é a de que, juntamente com a já anunciada requalificação da área de acolhimento ao visitante do Museu de Arte Sacra do monumento, a criação da unidade de alojamento permita ao município dar "um passo decisivo no relançamento do mosteiro como âncora do desenvolvimento cultural e económico da região e também do Norte de Portugal".

Citado num comunicado divulgado pela secretaria de Estado do Turismo, também sobre a abertura do concurso, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, realça que a "localização privilegiada" do Mosteiro de Arouca será um "importante fator de geração de riqueza, criação de emprego e preservação da identidade cultural" do concelho.

No mesmo comunicado, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, refere que este projeto do REVIVE é "uma oportunidade para devolver ao mosteiro a centralidade que merece e valorizar a sua notável herança patrimonial e artística".

Fundado no século XII pela Ordem de Cister, o Mosteiro de Arouca assumiu particular relevância histórica no território pelo facto de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I de Portugal e "efémera rainha de Castela", aí ter vivido entre 1220 e 1256, estando igualmente sepultada na propriedade.

Em traça classicista romana, o imóvel foi objeto de grandes intervenções de estilo barroco nos séculos XVII e XVIII, ficou na posse do Estado em 1834 - quando se extinguiram as ordens religiosas portuguesas - e manteve atividade monástica até 1886, ano da morte da última freira que aí tinha residência.

Desde então, tem acolhido diversas funcionalidades e, classificado como Monumento Nacional desde 1910, foi sujeito a duas fases de restauro em momentos posteriores do século XX.

O concurso público agora aberto para a sua exploração hoteleira prevê a concessão da ala sul do imóvel por um período de 50 anos.

 [Notícia atualizada às 21h]