O frente-a-frente de 90 minutos (transmitido em Portugal na madrugada de quinta-feira) realiza-se na Universidade de Nevada e vai ser moderado por Chris Wallace, um conhecido ‘pivot’ da estação conservadora Fox News.
Os principais tópicos de discussão foram já divulgados e são seis: imigração, Supremo Tribunal, benefícios sociais e dívida nacional, economia, política externa e as aptidões de cada candidato para assumir o cargo de Presidente.
As últimas projeções revelam que o cenário não é favorável a Trump, que continua a perder terreno nas sondagens e a enfrentar novas acusações de assédio sexual.
A mais recente sondagem da estação televisiva NBC News e do jornal Wall Street Journal dá um avanço de 11 pontos percentuais à antiga secretária de Estado face ao magnata do imobiliário na corrida à Casa Branca (48% contra 37%). Uma outra sondagem (ABC/Washington Post) também colocou a candidata democrata na dianteira mas com um avanço menos expressivo (47% contra 43%).
Depois de ter perdido o primeiro debate (realizado a 26 de setembro em Nova Iorque) e de ter investido num discurso violento no segundo (a 09 de outubro em Saint Louis, Missouri), em que chegou a ameaçar mandar prender a ex-secretária de Estado, Trump passou a última semana a lançar acusações e críticas em todas as direções, de Clinton aos órgãos de comunicação social, passando pelo próprio Partido Republicano.
O multimilionário afirma ser vítima de uma “elite global” e de uma “imprensa corrupta” que pretende viciar a eleição de 8 de novembro a favor de Hillary. O empresário de Manhattan também desafiou Clinton a fazer um teste de drogas antes do debate presidencial de Las Vegas, sugerindo que a candidata estava “dopada” durante o último frente-a-frente.
Nas últimas horas, a mulher do candidato, Melania Trump, surgiu em defesa do marido, tendo afirmado numa entrevista à estação CNN que os ‘media’ tem sido parciais. Também desvalorizou os comentários grosseiros e ofensivos para com as mulheres feitos por Trump em 2005 num vídeo recentemente divulgado.
A candidata do Partido Democrata permaneceu nos últimos dias em casa, perto de Nova Iorque, para preparar este último debate.
Hillary Clinton irá estar provavelmente preparada para responder sobre a recente divulgação pelo portal WikiLeaks de milhares de documentos retirados do correio eletrónico do seu diretor de campanha, John Podesta.
Entre os vários documentos divulgados estão três discursos remunerados que a candidata à Casa Branca fez para o banco de investimento Goldman Sachs, o que veio revelar os laços entre a democrata e as principais figuras de Wall Street.
A campanha de Clinton não contestou a autenticidade dos discursos, tendo, no entanto, acusado o Governo russo de ser o responsável por estas fugas de informação — uma opinião partilhada pela administração norte-americana — e o WikiLeaks de ajudar Trump na corrida à Casa Branca.
Esta semana, novos documentos divulgados pela polícia federal norte-americana (FBI) vieram reavivar a polémica em torno dos ‘emails’ da ex-secretária de Estado.
De acordo com estes documentos, em 2015, um alto funcionário do Departamento de Estado terá proposto ao FBI para alterar a classificação de uma mensagem eletrónica confidencial de Clinton, tendo mencionado uma possível troca de favores.
Em julho passado, o FBI recomendou que Hillary Clinton não fosse investigada judicialmente, apesar de concluir no inquérito que a ex-secretária de Estado (2009-2013) tinha demonstrado “extrema negligência” ao ter usado uma conta de ‘email’ pessoal para assuntos de trabalho, muitos deles de natureza confidencial.
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