Estes objetivos constam do compromisso eleitoral do PCP para as eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022, em que concorre coligado com o PEV e com a Associação Intervenção Democrática através da Coligação Democrática Unitária (CDU), que foi hoje apresentado em Lisboa.
As “soluções para os problemas do país exigem que, quer as maiorias absolutas, quer os arranjos entre PS e PSD em curso, sejam derrotados”, lê-se no compromisso eleitoral dos comunistas, que classifica esta estratégia como “elemento decisivo” para “abrir caminho a uma política determinada pelos interesses dos trabalhadores”.
O compromisso eleitoral dos comunistas foi apresentado pelo membro da Comissão Central de Controlo Agostinho Lopes e incluiu “dez questões cruciais para a vida e o futuro do país”, que incluem aumento do salário mínimo nacional para 800 euros já no próximo ano e para 850 euros “a curto prazo”.
“O aumento geral dos salários, com um significativo aumento do salário médio, concretizando a convergência com a Zona Euro em cinco anos” é outro dos desígnios do partido, que se complementa com a “valorização das profissões e das carreiras” e a com a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais e a consagração de 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores.
Segundo Agostinho Lopes, o programa eleitoral da CDU vai ser uma reedição do de 2019, mas enquadrado com a realidade atual que se impôs, entretanto, por causa da pandemia, e com o que o partido considerou ser uma degradação acentuada das condições laborais e de vida dos portugueses.
Um possível bloco central como solução governativa emergente das eleições foi o principal alvo das críticas do dirigente comunista, que terá como propósito o regresso à política de direita “interrompida em 2015” e, “um dos elementos mais visíveis”, sustentou, o “afastamento do PCP de qualquer influência nas políticas seguidas”.
“Assentou a poeira” em relação às tentativas de responsabilizar o PCP pelo 'chumbo' do Orçamento do Estado para 2022, mas Agostinho Lopes advertiu que esse argumento vai voltar e ser utilizado pelo PS para “vitimizar-se” durante a campanha eleitoral.
Já o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, não referiu uma única vez, durante um discurso de quase 20 minutos, as palavras “PS”, “PSD” ou “direita”. O membro do Comité Central do PCP decidiu centrar a intervenção nas propostas concretas do compromisso eleitoral.
A gratuitidade das creches para todas as crianças, sustentou Jerónimo de Sousa, assim como a “criação de uma rede pública de creches, ou soluções equiparadas, alargando em 100.000 o número de vagas”, é uma das propostas que volta a estar entre as prioridades dos comunistas.
O reforço das pensões, umas das 'bandeiras' do PCP, volta a estar no compromisso eleitoral para o sufrágio de janeiro.
“No imediato, propomos a atualização anual de todas as pensões, incluindo das que estiveram congeladas, assegurando a reposição e valorização do poder de compra, com um valor mínimo em 2022 de dez euros. Propomos igualmente que se assegure o direito à reforma para quem tenha 40 anos de descontos, acabar com o famigerado fator de sustentabilidade e voltar a colocar a idade de reforma aos 65 anos”, afirmou.
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