“O que queremos é demonstrar que a solução passa pela sociedade” disse o fundador de Os 230, Francisco Cordeiro de Araújo, à agência Lusa, garantindo que o projeto, de responsabilidade cívica e apartidário, quer contribuir para que “todos possam votar de forma informada”.
Hoje, o projeto promove uma ação em Lisboa, na qual, de acordo com Francisco Cordeiro de Araújo, “através de um jogo quem passa será convidado a responder a perguntas que permitirão perceber o que sabem sobre o processo e as eleições legislativas", marcadas para 30 de janeiro.
“O nosso grande objetivo mostrar às pessoas as fontes através das quais podem obter diversas informações importantes para poderem votar de forma informada, como, por exemplo, onde podem obter informações sobre os programas dos partidos e conhecerem os candidatos”, afirmou.
A ação de rua, que será “avaliada” e poderá ser replicada noutros locais do país, junta-se à rubrica Dire(i)to ao voto que, na rede social Instagram, que promove “conversas descontraídas com candidatos de todos os partidos através das suas contas oficiais sobre o seu programa eleitoral, em que os seguidores podem colocar igualmente questões”.
O projeto tem também disponível na sua página a iniciativa Democracia 101, através da qual, de forma clara e concisa, responde a questões que vão desde o funcionamento da Assembleia da República à forma como é feito o financiamento das campanhas eleitoras.
Francisco Cordeiro de Araújo referiu que o objetivo do projeto, que em breve pretende passar a associação, vai “além das eleições”, garantindo: “O que queremos é estimular a participação cívica e de interesse na política de jovens, e menos jovens, independentes, demonstrando que a solução passa pela sociedade”.
O projeto, que deve o seu nome ao número de eleitos que compõem a Assembleia da República, nasceu depois de Francisco Cordeiro de Araújo ter percebido que “grande parte das pessoas não conheciam os deputados”.
“Achei que seria boa ideia entrevistá-los para que as pessoas soubessem mais sobre eles e as suas vidas”, explicou o criador do projeto, admitindo que a crise que precipitou o fim da legislatura dois anos antes do previsto, “baralhou as contas e só permitiu que fossem feitas conversas com 99 deputados”.
Às entrevistas juntaram-se depois conversas com os candidatos às eleições presidenciais de 2021 e com alguns dos candidatos à Câmara de Lisboa nas autárquicas, realizadas também no ano passado.
O projeto 230 promoveu também as iniciativas Volta a Portugal em 18 dias, que percorreu todos os distritos do país, e Sociedade 2:30, através da qual figuras de vários quadrantes da sociedade falam sobre responsabilidade cívica.
Francisco Cordeiro de Araújo admite que o projeto, que atualmente com mais de 50 voluntários, com idades entre os 17 e os 38 anos, e já chegou a Moçambique, “superou” as expectativas, mas assume novas ambições: “Gostava que se estendesse a mais países”.
Formado em direito e a frequentar um mestrado em direito internacional, Francisco Cordeiro de Araújo assumiu também a necessidade de trabalhar na renovação do projeto, que deve ser feito sobretudo por jovens e para os jovens.
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