“No sistema internacional há divisões profundas que impediram o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] de pedir um cessar-fogo. E desde o começo desta guerra o nível de interferência externa na Líbia aumentou de diversas formas”, declarou Ghassan Salame, numa intervenção num fórum sobre o Mediterrâneo que decorre em Roma, Itália.
O enviado especial das Nações Unidas teme um “banho de sangue em Tripoli” e um grande movimento migratório caso o conflito não pare.
Salamé instou a comunidade internacional a atuar para promover o fim do conflito, advertindo que, dada a posição estratégica do país, todas as nações terão problemas, não apenas os países vizinhos.
No fórum que decorre em Roma participa ainda o enviado especial das Nações Unidas para a Síria e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Território imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, e dominado por divisões e lutas de influência entre milícias e tribos, a Líbia tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações.
De acordo com a ONU, o conflito armado entre as forças do Governo de acordo nacional líbio (estabelecido em 2015 na capital líbia e reconhecido pelas Nações Unidas) e o exército nacional líbio liderado pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação que controla o leste da Líbia, fez mais de mil mortos e 120 mil deslocados.
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