“Senhor primeiro-ministro, dê um duplo jackpot ao país e livre-se de Eduardo Cabrita e João Galamba, porque eu tenho a certeza de que não se revê nestas faltas de educação e na indignidade institucional que estes membros do Governo estão a revelar”, afirmou, na sessão de encerramento do X Congresso Regional do CDS-PP/Açores, em Angra do Heroísmo.
Francisco Rodrigues dos Santos, que já pediu por várias vezes a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sequência da requisição civil no ZMAR, em Odemira, estendeu agora esse pedido ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, acusando-o de ter atacado “de forma ordinária” um canal de televisão.
“João Galamba, qual ‘hater’, tornou-se um 'cowboy' do teclado no seu Twitter. Se há uns anos avisava, por SMS, um ex-primeiro-ministro de um processo judicial, agora destila ódio constantemente nas suas redes sociais”, disse, acrescentando que “um secretário de Estado que não percebe que sem jornalismo, mesmo que incómodo, não há democracia é um secretário de Estado que está a mais e tem de sair imediatamente deste Governo”.
O líder centrista reagiu ainda às acusações de Eduardo Cabrita de que o CDS-PP é um “náufrago”, alegando que o ministro “coleciona casos que o vão desacreditando, que são uma mancha para o país e que dão mau nome a este Governo”.
“Como é que um partido que governa a Madeira, que governa os Açores, que contribuiu para a eleição à primeira volta do Presidente da República da sua área política, que se prepara para crescer nas próximas eleições autárquicas pode estar náufrago?”, questionou.
“O único naufrágio que eu vejo aqui é o Ministério da Administração Interna, que brinca com a vida dos portugueses. Aloja trabalhadores agrícolas às 04:00 para os realojar às 14:00 do dia seguinte, por ver suspendida em tribunal uma medida que era inconstitucional”, acrescentou.
Francisco Rodrigues dos Santos acusou ainda o PS de ter feito “crescer a extrema esquerda em Portugal” e de estar “refém de todos os vícios morais e políticos da decadência do comunismo, que não resultou em nenhum país onde foi implementado”.
“É tempo de nos perguntarmos se queremos comunismo ou liberdade, porque o comunismo abre as portas, tirando provisoriamente um direito, depois essa retirada provisória passa a definitiva e depois desse direito vem outro direito”, frisou, referindo-se à requisição civil no ZMAR.
No seu discurso nos Açores, Francisco Rodrigues dos Santos apelou também ao Governo para que combata a corrupção e a impunidade em Portugal, propondo a prisão efetiva para todos os políticos que incorrerem em crimes de corrupção, o agravamento de penas e o combate ao enriquecimento ilícito, entre outras medidas.
“A corrupção não se combate com os mesmos de sempre, com aqueles que há anos se eternizam nos seus lugares e utilizam o Estado para se servir dele, nem se combate com os radicais populistas que à esquerda e à direita mais não dizem do que chavões e lugares comuns para deixar tudo na mesma”, sublinhou.
Líder do CDS espera que "ventos dos Açores" contribuam para derrubar socialismo em Portugal
Francisco Rodrigues dos Santos disse hoje ter esperança de “derrubar o socialismo” nas próximas eleições legislativas nacionais, seguindo o exemplo do que aconteceu nos Açores.
“Contamos que os ventos dos Açores cheguem ao resto do país, que o socialismo também esteja a terminar na governação de Portugal. A inspiração que nos chega dos Açores, juntamente com a governação de centro-direita na Madeira, são ingredientes fundamentais para acreditarmos que vamos derrubar o socialismo também a nível nacional”, afirmou.
Os centristas integraram, pela primeira vez, um Governo Regional nos Açores, no final de 2020, depois de o PS ter perdido a maioria absoluta nas eleições legislativas regionais após 24 anos de governação, abrindo caminho a uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.
Saudando Luís Silveira, único presidente de uma Câmara Municipal ganha pelo CDS nos Açores, por ter anunciado a sua recandidatura pelo partido, apesar das divergências com a liderança regional, Francisco Rodrigues dos Santos disse esperar que a coligação que forma o Governo Regional possa também conquistar autarquias no arquipélago.
“Nas próximas eleições autárquicas, sempre que PSD e CDS juntos consigam derrubar a esquerda, façam os compromissos e entendimentos necessários para continuar a virar a página do socialismo nos Açores e consigam, juntamente com o PPM, um partido estruturante da alternativa política, ser uma ambição renovada de construir novas soluções autárquicas para os açorianos”, apelou.
O líder centrista disse que o Governo Regional de direita recebeu um legado “duro e difícil de solucionar” do PS, mas defendeu que o CDS está “a fazer a diferença”, sobretudo na área social, tutelada pelo líder do CDS-PP/Açores e vice-presidente do executivo açoriano, dando como exemplo a criação de um programa para manter os idosos em casa, a promoção da habitação acessível para a classe média a gratuitidade das creches.
Francisco Rodrigues dos Santos manifestou ainda a sua gratidão para com Artur Lima, líder do CDS-PP nos Açores desde 2007, reeleito neste congresso para mais quatro anos, destacando o resultado das eleições legislativas regionais de outubro de 2020.
“O CDS nos Açores, apesar das sondagens que maldosamente vaticinavam a nossa morte, confirmou o estatuto de terceira força política, tem mais votos do que o BE e PCP juntos e é um partido estruturante da democracia açoriana e uma componente fundamental no Governo da Região Autónoma dos Açores”, frisou.
“Contigo à direita lidera o CDS, uma direita que não quer dividir, uma direita que não quer subtrair, que quer somar e que compreende que só com entendimentos se podem construir maiorias alternativas ao Partido Socialista”, acrescentou, dirigindo-se a Artur Lima.
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