“Saúdo a operação que foi conduzida pela nossa PJ, que, de resto, tem ótimos profissionais”, disse Francisco Rodrigues dos Santos, em entrevista à RTP.
No entanto, o líder centrista recusou-se a comentar a publicação do presidente do PSD, Rui Rio, na rede social Twitter, em que dizia que o “azar” de Rendeiro foi haver eleições em 30 de janeiro.
Rodrigues dos Santos preferiu sublinhar que, apesar da detenção, o sistema judicial, “a própria Justiça, sai sempre enfraquecida quando acontecem situações de fuga à Justiça, que acabam por ser caricaturadas pela opinião pública”.
“Parece que há sempre duas bitolas. Aos fracos a Justiça é pesada, aos fortes a Justiça enfraquece”, acrescentou, sustentando que é preciso impedir a repetição de episódios semelhantes aos da fuga de João Rendeiro, entretanto detido na África do Sul, no último sábado.
O presidente do CDS apelou a uma justiça “mais célere” e exortou a que a Justiça tenha “à sua disposição todos os mecanismos para julgar em tempo útil megaprocessos como este”.
João Rendeiro foi hoje presente no tribunal na cidade costeira de Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, depois de ter sido detido no passado sábado, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.
A audição do ex-banqueiro João Rendeiro no tribunal Verulam Magistrates foi hoje adiada para as 11:00 (09:00 em Lisboa) de terça-feira após pedido da defesa, segundo a decisão do juiz, isto depois de a sua equipa de advogados ter pedido ao tribunal a libertação sob fiança.
O ex-banqueiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.
O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
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