O Fórum das Ilhas do Pacífico rejeitou assim as exigências de alguns membros, aliados de Pequim, que tinham instado a organização a deixar de considerar Taipé como um parceiro de desenvolvimento.
Numa declaração final, os líderes reafirmaram um acordo assinado em 1992 que autoriza conversações com Taiwan.
A China tem trabalhado para excluir Taiwan — uma ilha democrática governada de forma autónoma que considera fazer parte do seu território — dos fóruns internacionais.
As Ilhas Salomão, o principal parceiro de Pequim no Pacífico Sul e que acolherão o Fórum das Ilhas do Pacífico em 2025, pretendiam que Taiwan perdesse o estatuto de parceiro no Fórum, irritando alguns aliados de Taipé.
A aliança regional está dividida entre países que mantêm relações diplomáticas com a China e outros com Taiwan.
Além de Tuvalu, Palau e as Ilhas Marshall reconhecem Taipé.
Palau deverá realizar eleições gerais este ano e os laços diplomáticos com Taiwan – e uma potencial mudança a favor da China – deverão estar entre as questões principais durante a campanha eleitoral.
Nos últimos cinco anos, as Ilhas Salomão, Kiribati e Nauru romperam relações diplomáticas com Taipé a favor de Pequim.
Taiwan enviou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, a Tonga para reforçar os laços com os aliados insulares do Pacífico.
Na quarta-feira, o Fórum aprovou um plano, financiado em cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de euros) pela Austrália, para melhorar a formação policial e criar uma unidade regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da área.
A Austrália, que juntamente com os Estados Unidos tem historicamente sido a principal influência sobre as nações do Pacífico, tem voltado a sua atenção para a região desde o opaco pacto de segurança assinado em 2022 entre a China e as Ilhas Salomão.
A China mantém uma presença policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.
Semanas antes da reunião em Tonga, os líderes das Fiji, Vanuatu e Ilhas Salomão deslocaram-se a Pequim, onde destacaram a cooperação com a China e a capacidade do gigante asiático para prestar assistência ao desenvolvimento e os seus objetivos de segurança.
O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu, enquanto Kiribati anunciou a saída da organização.
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