"Não queremos copiar ninguém, não queremos ser Berlim, nem queremos ser o Silicon Valley, [localidade norte-americana onde estão sediadas diversas empresas ligadas à inovação tecnológica e científica], não queremos ser nenhuma dessas regiões", afirmou o presidente.

Falando no pavilhão Carlos Lopes, onde decorre o 'Lisbon Investment Summit', Fernando Medina justificou que "a inovação não é isso".

"Lisboa deve trabalhar efetivamente com aqueles que querem investir, aqueles que querem criar, aqueles que querem levar a cabo estes projetos", mas também "aqueles que falham, porque falhar faz parte da equação, não há problema, o desafio é começar de novo", advogou.

Por isso, reiterou não querer "copiar" o Silicon Valley: "É impossível simular esse sistema, mas é perfeitamente possível ter uma empresa criada aqui que provavelmente vai para fora durante uns tempos, cresce, e volta [a Lisboa]".

"Temos de tomar um certo número de medidas para as coisas funcionarem", defendeu, apontando que "muitas mudaram" nos últimos anos, sendo que a principal mudança se constatou ao nível dos "atores, e principais atores na cidade, entenderem que a inovação vai ser a chave para o desenvolvimento futuro".

"Acreditamos veemente que uma das chaves para o desenvolvimento do sistema é termos uma administração amigável" e "apoiar o empreendedorismo e os principais atores da inovação", nomeadamente "universidades, incubadoras, aceleradoras, ou iniciativas como esta", observou o autarca.

Reiterando que a capital portuguesa é "uma cidade aberta", Fernando Medina elencou que "a primeira vítima do fecho das fronteiras" é a inovação, uma vez que este conceito se prende com o encontro "de pessoas, ideias e energias".

Neste sentido, "levamos muito a sério o desafio de manter, nestes tempos políticos difíceis, o compromisso de manter Lisboa como a mais aberta, tolerante e diversificada cidade que possamos ter".

Na opinião de Medina, "o que acontece é que as pessoas se sentem bem aqui, e sentem que Lisboa é um bom lugar, amigável e aberto, com as condições, recursos humanos, acessibilidades, conexões para a Europa e com boas infraestruturas".

Dirigindo-se diretamente aos participantes na conferência, o presidente do executivo municipal considerou que tudo isto faz de Lisboa um lugar "forte para ficar, para investir e encontrar parceiros".

Também um dos fundadores da Beta-i, organizadora do evento, discursou na abertura do 'Lisbon Investment Summit', onde apontou que o local escolhido para a sua realização, o Pavilhão Carlos Lopes, o que "representa a renovação" de que Lisboa tem vindo a ser palco.

"Lisboa é uma cidade sofisticada e cosmopolita, onde toda a gente quer estar", salientou Pedro Rocha Vieira, acrescentando que a edição deste ano vai contar com "mais do dobro dos participantes do ano passado".

Segundo a organização, o ‘Lisbon Investment Summit’ conta este ano com "duas mil pessoas registadas, mais de 200 investidores, 35 países representados, 500 'start-ups', e 100 conferencistas".

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra em visita oficial aos Açores, deixou uma mensagem aos participantes, na qual apontou que "é importante reconhecer que Lisboa é hoje uma capital do empreendedorismo".