Em declarações à Lusa, Rui Tavares adiantou que na noite de segunda-feira a Assembleia do partido (órgão máximo entre congressos) decidiu por larga maioria posicionar-se contra a moção de censura apresentada pelo Chega - decisão que contou apenas com duas abstenções.
“A Assembleia do Livre decidiu ontem [segunda-feira] que esta moção de censura do Chega era uma manobra de distração que não merecia ser levada a sério porque ela própria não era séria, nem vinha de um ator politico que fosse sério”, sustentou Rui Tavares.
O deputado único do Livre salientou que recentemente “o proponente da moção de censura divulgou notícias falsas, imitando o grafismo de jornais”, referindo-se ao líder do Chega, André Ventura, e à sua utilização de grafismos similares ao Público e à Renascença em publicações de notícias falsas nas redes sociais, o que já levou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social a considerar que tal “pode configurar uma ação de desinformação”.
“Qualquer coisa que certamente se o cidadão comum fizesse lhe traria problemas na Justiça e que pelos vistos este partido pode fazer e escapar com uma reprimenda e sem consequências de maior, e depois vir fazer uma moção de censura para chamar à atenção para outra coisa qualquer e escapar entre os pingos da chuva”, criticou.
Rui Tavares acrescentou que “com o Livre, não contarão para isso”, classificando esta moção como uma “jogada política sem qualquer credibilidade”.
Questionado sobre se esta moção deve configurar um alerta para a governação de António Costa, Tavares respondeu: “Temos um ano inteiro para lançar avisos ao Governo e todos os dias lançamos avisos ao Governo. (…) Mal estaríamos nós se precisássemos de um partido tóxico da extrema direita para fazer os alertas ao Governo que fazemos todos os dias”.
O parlamento debate hoje uma moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega, a terceira que o executivo enfrenta nesta legislatura, e que tem chumbo garantido devido ao voto contra da maioria absoluta do PS.
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