A posição consta de uma declaração sobre a posição da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) em relação à atualidade política do país, na qual refere ainda que o alerta das denúncias de hoje foram também feitos pela sociedade civil e setores da comunidade internacional.

Na declaração, lida pelo secretário para a Comunicação e Marketing da UNITA, Marcial Dachala, sublinha-se que os factos divulgados, expondo a origem do império de Isabel dos Santos, uma dentre as várias fortunas construídas com base no saque ao erário público, tem de merecer o devido e integral tratamento por parte dos órgãos judiciais.

A empresária angolana e filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, viu esta semana expostos na comunicação social, numa mega investigação conhecida como ‘Luanda Leaks’, os esquemas financeiros suspeitos para a acumulação de riqueza.

Segundo a UNITA, a política de acumulação primitiva de capital produziu muitas outras fortunas, porquanto envolve peculato, branqueamento de capitais e gestão danosa, que devem merecer tratamento judicial igual.

“A UNITA considera que a postura daqueles que se empenham honestamente no combate à corrupção configura um ato de patriotismo, pelo que não deviam preocupar-se em salvar os seus partidos, mas antes a pátria, enquanto verdadeira herança comum dos angolanos”, referiu Marcial Dachala.

Para a UNITA, nesta luta contra a corrupção, não há partidos, Governo ou oposição, mas somente cidadãos, patriotas e não patriotas.

“Face á gravidade da situação em que o país se encontra e à forma como o combate à corrupção está a ser conduzido, antevendo as suas consequências, a UNITA considera urgente e inadiável, que se crie uma frente patriótica nacional e inclusiva, para um combate efetivo e eficaz, como garantia da estabilidade socioeconómica do país”, finaliza a declaração.

De acordo com a maior força política da oposição em Angola, a corrupção faz parte da cultura do partido no poder desde os primórdios da independência, tendo-se agravado com os métodos de privatização de um conjunto de empresas – UEE (Unidades Económicas Estatais) – revertidas a favor dos dirigentes do partido governante.

“Ela consolidou-se com a adoção pelo MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] da política de acumulação primitiva de capital, que conduziu os angolanos à condição mais abjeta de pobreza e miséria”, frisa a declaração da UNITA.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

A empresária Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são “completamente infundadas”, prometendo “lutar nos tribunais internacionais” para “repor a verdade”.

De acordo com a investigação, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai e que tinha como única acionista declarada a portuguesa Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da operadora NOS.

Segundo os documentos, Isabel dos Santos e Sindika Dokolo têm participações acionistas de empresas e bens, como imobiliários, em países como Angola, Portugal, Reino Unido, Dubai e Mónaco.

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