"Os partidos políticos são muito importantes em democracia (…), mas os portugueses são mais importantes que os partidos", afirmou.

Luís Filipe Menezes, que se escusou a comentar a crise interna social-democrata, disse ainda que hoje é um bom dia para lembrar o nome de Belmiro de Azevedo, considerando que é por existirem portugueses como o antigo empresário do Porto, que morreu no final de 2017, “que faz sentido existirem partidos como o PSD".

O Conselho Nacional do PSD está hoje reunido no Porto para debater e votar uma moção de confiança política à direção, apresentada pelo presidente do partido, Rui Rio, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.

À entrada, a forma de votação da moção - voto secreto, braço no ar ou até nominal - marcou as declarações dos apoiantes de ambos lados.

"Estou absolutamente convicto que vai ser por voto secreto, tenho a convicção, e depois vão ver que final do dia vai ser por voto secreto. Ainda acredito que seja Mota Pinto [presidente do Conselho Nacional do PSD] e Rui Rio a proporem voto secreto. Foi uma pena não terem esclarecido essa matéria ao longo destes dias, era escusada toda esta especulação. Só não há voto secreto nos partidos fascistas e nos partidos marxistas radicais", defendeu o presidente da distrital do PSD de Lisboa, Pedro Pinto, que chegou a ponderar avançar com uma moção de censura contra Rui Rio.

Já o eurodeputado Paulo Rangel afirmou que "uma moção de confiança ou moção de censura são um juízo político", defendendo que a sua "votação deve ser pública".

"Eu não sou um grande fã das questões regimentais, mas devo dizer que se isto é parlamento e se se trata de uma moção de confiança, ou uma moção de censura, elas normalmente não decorrem por voto secreto. Uma moção de confiança e moção de censura são um juízo político. As pessoas que estão a votar, não estão a votar em nome próprio, estão a votar em nome dos militantes que as elegem".

Já o antigo líder parlamentar Hugo Soares afirmou estar disposto a aceitar aquilo que os regulamentos dizem, considerando que os mesmos são tão claros "que a discussão nem vai existir".

Hugo Soares disse ainda confiar "plenamente na capacidade jurídica de Paulo Mota Pinto, "na vontade de bom senso do presidente da mesa, mas também no discernimento político do presidente do partido".

Elina Fraga e Salvador Malheiro, vice-presidentes do Comissão Política Nacional garantiram que, qualquer que seja a forma de votação, o essencial é que se clarifiquem "as águas" e se defina o futuro do PSD.

Rui Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições - completou no domingo metade do seu mandato, um ano - mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.

De acordo com os estatutos do PSD, "as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante".