“Vou fazê-lo. Digam-lhes [aos opositores] que me apresentarei [às presidenciais]”, disse o chefe de Estado bielorrusso, cuja reeleição em 2020 originou os maiores protestos antigovernamentais nesta ex-república soviética.
Lukashenko, citado pela agência oficial BELTA, acrescentou que a sua decisão é algo de “muito importante”.
“Nenhum Presidente, nenhuma pessoa responsável, abandona as pessoas que lutam por ele”, disse o governante, após exercer o direito de voto nas eleições parlamentares e municipais que hoje decorrem no país, escrutínio boicotado pela oposição.
Lukashenko, cuja reeleição em 2020 não foi reconhecida pelo Ocidente, assegurou que não permitirá que os seus opositores protagonizem uma mudança de poder.
“Sabemos tirar as conclusões dos nossos erros. Por isso, não esperem nada”, asseverou.
O líder bielorrusso acrescentou não poder “ir-se embora amanhã” porque seria uma traição ao país. No entanto, admitiu que, a um ano das próximas eleições presidenciais, muitas coisas “podem mudar”.
Nas vésperas das eleições de hoje, a líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaia, apelou ao boicote eleitoral.
As autoridades bielorrussas apontaram hoje para uma taxa de participação de 43,64%, numa altura em que as assembleias de voto ainda estavam abertas.
Numa referência ao reconhecimento do escrutínio, Lukashenko disse que a Bielorrússia não necessita de uma aprovação do Ocidente.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, criticou o regime bielorrusso e a “farsa” eleitoral que hoje decorre.
“As eleições decorreram num clima de medo no qual nenhum processo eleitoral pode ser designado democrático. O regime mantém mais de 1.400 presos políticos. Todas as figuras políticas independentes foram detidas ou exiladas. E foi negada a participação a todos os partidos políticos independentes”, indicou o comunicado da diplomacia norte-americana.
Na mesma nota, Matthew Miller denunciou a obrigação de os bielorrussos no exterior apenas poderem votar caso regressassem ao país “onde provavelmente enfrentariam represálias” e lamentou que o regime tenha impedido o envio de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
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