Segundo uma fonte do Executivo brasileiro, a possibilidade de exportação do avião KC-390, que já é produzido pela empresa brasileira Embraer em Portugal, para outros países da União Europeia vai ser um dos assuntos a ser discutido entre os dois governos.
Mas, na cimeira luso brasileira, que decorre no sábado à tarde, constará um capítulo "dedicado aos assuntos da comunidade imigrante do país em Potugal", disse à Lusa a mesma fonte.
Além deste, haverá também um capítulo económico, muito virado para como incentivar as trocas comerciais entre os dois países e ainda um outro dedicado à agenda internacional e de política externa, onde o caminho para a assinatura do Acordo União Europeia-Mercosul estará em debate, com a questão da guerra Rússia-Ucrânia pendente, adiantou a mesma fonte.
Lula da Silva estará em Portugal até 25 de Abril, dia em que se desloca para Madrid, e conta com uma delegação com um “número expressivo”, com vários ministros, entre os quais da Cultura, Transportes, Saúde, Defesa, Ciência e Tecnologia, Igualdade Racial e Direitos Humanos e da Cidadania.
Por enquanto, não tem agenda para hoje. Pelo que o programa da visita até agora divulgado começa no sábado, com uma cerimónia de boas vindas com honras militares na Praça do Império, em Lisboa, seguida de uma outra breve cerimónia no interior do Mosteiro dos Jerónimos, com deposição de coroa de flores no túmulo de Luís de Camões.
Depois, reúne-se com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, a que se segue um encontro ampliado de delegações e um almoço com o primeiro-ministro português.
À tarde decorre um dos momentos altos da agenda a 13.ª cimeira luso-brasileira, no Centro Cultural de Belém e a meio da tarde serão assinados pelo menos oito dos dez protocolos entre os dois países, segundo foi comunicado na quarta-feira numa conferência de imprensa em Brasília, entre os quais nas alguns nas áreas da educação, ciência, energia, saúde, cartas de condução, geologia, mineração, entre outros.
O dia termina com um jantar de Estado oferecido pelo Presidente português no Palácio da Ajuda.
Na segunda-feira, dia 24 de abril, Luís Inácio Lula da Silva, que tomou pose pela terceira vez como Presidente do Brasil em janeiro deste ano - depois de ter vencido umas eleições renhidas em outubro de 2022 contra o antigo Chefe de Estado do país Jair Bolosonaro - irá para Matosinhos, no Porto, onde participa no Fórum empresarial Portugal Brasil. Um evento no qual se prevê que estejam presentes cerca de 150 empresários portugueses e brasileiros com o objetivo de expandir o comercio bilateral em áreas como energia, mobilidade, tecnologia, inovação e saúde.
Neste encontro será ainda assinado um novo protocolo de entendimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a sua congénere Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ÁPEX).
O regresso a Lisboa será feito, no dia seguinte, a bordo de um KC-390, produzido pela empresa brasileira Embraer, com importantes investimentos em Portugal, e à qual o Estado comprou recentemente cinco daqueles aviões.
Na chegada a Lisboa, o líder brasileiro irá às OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, controlada pela Embraer e à tarde cumprirá outro dos momentos altos do programa. No Palácio Queluz entrega o Prémio Camões, de 2019, ao cantor e escritor brasileiro Chico Buarque.
A entrega do Prémio Camões 2019 tem sido atribulada, pois já antes do adiamento devido à pandemia, em outubro daquele ano, cinco meses depois de ser conhecido o vencedor, o então Presidente brasileiro Jair Bolsonaro deixou claro que poderia não assinar o diploma de atribuição do prémio.
No dia 25 de Abril, está programado para as 10:00 uma “sessão solene em homenagem ao Presidente Lula, que antecede as celebrações do 25 de Abril”, na qual o Presidente brasileiro fará um discurso.
Mas Lula da Silva já não deverá marcar presença na sessão solene das celebrações do 25 de Abril.
Lula da Silva segue depois para Madrid com uma agenda que incluiu reuniões com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Filipe VI de Espanha e ainda um fórum empresarial.
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