“Já está provado que [os fascistas] tentaram dar um golpe coordenado pelo antigo Presidente que agora nega que apoiou, mas que, quando perdeu as eleições, fechou-se em casa para preparar o golpe”, disse o líder brasileiro na sua mensagem de hoje, transmitida ao vivo nas redes sociais.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) acrescentou que a Justiça vai continuar a investigar estes atos e que toda a gente terá possibilidade de se defender, mas que os responsáveis serão punidos exemplarmente.
“Vamos investigar quem são os culpados, e vão pagar, vão ser julgados pela justiça civil e irão para a prisão se tiverem cometido algum crime, mas não vamos aceitar que essas pessoas tentem dar um golpe e destruir a democracia do nosso país”, afirmou.
As declarações de Lula da Silva surgem numa altura em que há suspeitas sobre a participação do capitão na reserva do Exército Jair Bolsonaro em possíveis conspirações para não deixar que o resultado das últimas eleições presidenciais fosse cumprido.
Em causa estão mensagens intercetadas pela polícia no telemóvel do tenente coronel Mauro Cid, antigo apoiante de Bolsonaro e detido por alegada fraude com vacinas contra a covid-19, sobre a possibilidade de o Governo declarar estado de sítio com o argumento de fazer frente a “uma ordem constitucional desvirtuada pelos tribunais supremos”.
Uma das mensagens encontradas no telemóvel de Cid parece ser uma espécie de projeto de decreto que invocaria uma intervenção militar, e no qual se lê: “Para assegurar o necessário restabelecimento do Estado Democrático de Direito” e “com base em disposições expressas da Constituição, declara-se o estado de sítio”.
Documentos semelhantes já tinham sido encontrados na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também apoiante de Bolsonaro e que se encontra em prisão domiciliária pelo seu alegado envolvimento na conspiração que levou aos acontecimentos de 8 de janeiro, quando centenas de apoiantes de Bolsonaro atacaram os três poderes.
Lula da Silva disse na sua transmissão que estava habituado a continuar a sua vida após uma derrota eleitoral, mas que parece que os seus adversários não estão.
“Agora nós temos um cidadão que não conversa com ninguém e que não quer conversar. Só quer espalhar mentiras e notícias falsas (nas redes) e dizer coisas estúpidas e atacar os outros. E isso tem de acabar”, concluiu.
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