O ex-chefe de Estado falou pouco mais de duas horas como réu de um processo no qual é acusado de ter recebido ilicitamente da Odebrecht um terreno no valor de 12,4 milhões de reais (3,3 milhões de euros), onde seria construída uma nova sede do Instituto Lula, e a propriedade de um apartamento localizado ao lado do imóvel em que mora, na cidade de São Bernardo do Campo.

No depoimento, o ex-presidente alegou que as denúncias do Ministério Público foram feitas por “ilação”, porque os procuradores que o acusam teriam “a ideia de transformá-lo em uma espécie de personagem para validar um “power point.”

O político referia-se a uma das apresentações feitas pelos procuradores da operação Lava Jato na qual o nome dele aparecia no centro de um esquema de corrupção que teria funcionado nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Reafirmando que é inocente, Lula da Silva também alegou que o depoimento prestado pelo ex-ministro das Finanças Antonio Palocci – que disse ao Juiz Sérgio Moro na semana passada que o ex-presidente teria conhecimento dos esquemas ilícitos e pagamentos de suborno envolvendo a Odebrecht – eram falsos.

“Vi atentamente o depoimento do [Antonio] Palocci, uma coisa quase que cinematográfica, quase que feita por um roterista.(…) O Palocci, se não fosse um ser humano seria um simulador. Ele é médico, ele é frio e calculista”, disse Lula da Silva.

“Nada daquilo é verdadeiro. A única coisa que tem de verdade ali é que ele estava fazendo aquela declaração porque quer os benefícios da delação [acordo de colaboração no qual os acusados confessam crimes para atenuar suas penas]”, completou.

Além deste processo, o ex-chefe de Estado enfrenta diferentes acusações criminais, sendo acusado de ter praticado atos de corrupção passiva, branqueamento de capitais, formação de organização criminosa e tentativa de obstrução da Justiça.

Lula da Silva já foi condenado a nove anos e meio de prisão por ser beneficiário de um apartamento de luxo no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo, que lhe teria sido oferecido pela construtora OAS em troca de contratos com a Petrobras.

O ex-presidente recorre desta primeira sentença em liberdade, mas se a condenação for confirmada num tribunal superior poderá ser preso e ficará impedido de ser candidato nas próximas presidenciais do Brasil, que acontecem em 2018.

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