Lula da Silva, que falava numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, frisou a soberania do Brasil relativamente à Amazónia, mas reconheceu a importância de partilhar com o mundo a pesquisa para se descobrir o potencial da biodiversidade”.

“Esse compromisso nós assumimos de dizer ao mundo que nós vamos proibir o garimpo ilegal, que nós vamos proibir madeireiros ilegais, que nós vamos proibir as invasões de terras ilegais, que nós vamos preservar as terras indígenas e vamos preservar várias de preservação ambiental, que elas continuem intocáveis, para que o povo possa ter certeza que o Brasil está cumprindo com a sua tarefa junto à “, acrescentou.

Lula da Silva considera a questão climática como sendo “um desafio para a Humanidade”.

“Nós não temos dois planetas Terra, nós temos um único. E é esse único que nós vamos cuidar. Cuidar com muita responsabilidade e por isso eu fiz questão de dizer que os países mais ricos têm que assumir com os compromissos, porque em Doha, em 2009, foi aprovado que os países ricos iriam fazer um fundo de 100 mil milhões de dólares para ajudar os países emergentes dos países que ainda têm florestas preservadas e até agora não foi juntado sequer um dólar do compromisso feito”, acusou.

No plano da governança global, Lula da Silva defendeu uma solução “mais representativa, sobretudo na questão climática”.

“É preciso que a gente tenha uma governança global, com mais representatividade, e eu estou defendendo que a ONU de hoje não pode continuar sendo a ONU de 1948. O mundo mudou, a geopolítica mudou, as pessoas mudaram, a cultura mudou e, portanto, o Conselho de Segurança da ONU precisa mudar. Precisa ter mais gente representando todos os continentes e precisa acabar com a ideia de que um país pode ter o direito de veto. Ninguém é superior a ninguém”, frisou.

O Presidente eleito do Brasil está de visita a Portugal depois de ter participado na 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Luiz Inácio Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos como Presidente do Brasil, entre 2003 e 2011, foi novamente eleito em 30 de outubro, na segunda volta da eleição presidencial brasileira, com 50,9% dos votos, derrotando o chefe de Estado brasileiro em exercício, Jair Bolsonaro.