A iniciativa resulta de uma parceria entre o Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), representação portuguesa na UNESCO, ONUNews e da RTP.
“Pela primeira vez, vamos comemorar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e tínhamos planeado um evento com grande visibilidade, mas as circunstâncias ditaram que tivéssemos de adaptar o que estávamos a pensar para um formato virtual”, disse à agência Lusa o presidente do instituto Camões, Luís Faro Ramos.
O evento incluirá uma parte “mais institucional”, na qual serão reunidos testemunhos do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro português, António Costa, do chefe de estado de Cabo Verde e presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, do secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, e do embaixador Sampaio da Nóvoa, representante de Portugal na UNESCO.
A estes, juntaram-se cerca de duas dezenas de outras personalidades lusófonas incluindo escritores, músicos, cineastas ou cientistas.
Entre eles contam-se os escritores Mia Couto (Moçambique), Germano Almeida (Cabo Verde) ou Manuel Alegre (Portugal) e os cantores Adriana Calcanhoto (Brasil), Dino Santiago (Portugal/Cabo Verde) ou Carminho (Portugal).
Participam também o futebolista Pedro Pauleta, o canoísta Fernando Pimenta (Portugal), o cineasta Flora Gomes (Guiné-Bissau), a cientista Maria Manuel Mota, o teólogo e cardeal José Tolentino de Mendonça (Portugal) ou o político timorense José Ramos-Horta, entre outros.
“Estes testemunhos são condensados num vídeo que transmite perspetivas muito diferentes, muito ricas, daquilo que representa para essas pessoas a língua portuguesa e a comemoração do Dia Mundial”, adiantou Faro Ramos.
A efeméride contará ainda com um espaço de concerto com os músicos do Aline Frazão (Angola), Ivan Lins (Brasil), Teófilo Chantre (Cabo Verde), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Stewart Sukuma (Moçambique), João Gil (Portugal), Tonecas Prazeres (São Tomé e Príncipe) e Zé Camarada (Timor-Leste).
De acordo com Luís Faro Ramos, a data será também assinalada com algumas iniciativas na rede do instituto Camões no estrangeiro, com “um destaque adaptado às circunstâncias”.
“Teremos oportunidade de, em 2021, comemorar de outra maneira. Em 2020, é a comemoração possível. Dentro dos condicionalismos que estamos a viver, é multifacetada, digna e com a visibilidade possível”, disse.
O evento será difundido através das redes sociais do instituto Camões.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) declarou, em novembro do ano passado, o dia 05 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.
A UNESCO escolheu para a efeméride a data em que há uma década se celebrava o dia da língua portuguesa e da cultura da CPLP.
O português é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, ou seja, 3,7% da população mundial.
É língua oficial dos nove países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.
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