Com a presença de escritores como Itamar Vieira Junior, Leandro Carnal, Andréa Del Fuego, João Paulo Trevisan, Antônio Prata, Renato Janine Ribeiro e outros, que participam em mesas literárias, saraus e sessões de cinema, o evento acontece na Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, ininterruptamente entre as 18:00 (horas locais) de hoje e as 18:00 de domingo, com entrada gratuita.

As atividades da Virada Lusófona fazem parte da programação da Virada Cultura, realizada pela prefeitura de São Paulo anualmente em maio, em que, durante 24 horas, organiza centenas de eventos culturais, como espetáculos, apresentações de teatro, circo, cinema, e atividades em museus e outros espaços públicos pela cidade.

José Manuel Diogo, curador da Virada Lusófona e presidente do Instituto Portugal Brasil 200 anos, contou à Lusa que a ideia surgiu de uma visita que recebeu em fevereiro passado, em Coimbra, do Secretário de Cultura da cidade de São Paulo, José Antônio Parente.

Na ocasião, foi “provocado” a contribuir para a programação da Virada Cultural e sugeriu a realização de debates e encontros com escritores durante 24 horas num local fechado e com programação voltada exclusivamente para a literatura e autores de língua portuguesa.

“Decidimos fazer esta Virada de 24 horas com escritores, com horas seguidas de debates à volta do que é um dia dentro do pensamento, do que é que São Paulo representa para o pensamento, para a cultura, para a língua portuguesa, já que é a maior cidade de língua portuguesa do mundo e a maior produtora de cultura em língua portuguesa do mundo”, explicou Manuel Diogo.

Já o diretor da Biblioteca Mário de Andrade, Guilherme Borba, destacou à Lusa que a Virada Lusófona “traz uma curadoria muito mais aderente, muito mais específica e muito mais bem elaborada para a biblioteca como um todo”.

“A grande diferença é que a biblioteca emprestava seus espaços anteriormente [na Virada Cultural] para uma programação maior da cidade, para ‘shows’ e outras atividades. A Virada Lusófona será um evento melhor desenhado para o ambiente da biblioteca, para o seu público, para a missão e visão da biblioteca como um todo”, acrescentou.

Questionado sobre a ausência de escritores portugueses e africanos de língua portuguesa neste evento lusófono, Manuel Diogo disse que “não houve tempo para [preparar] uma programação que tivesse a capacidade de trazer autores de fora do Brasil”.

O curador salientou que “a língua portuguesa não é um instrumento, mas sim um território e, para ser um território, tem que ser habitada por todos. E por isso, essa ideia de fazer em São Paulo esse evento com escritores do Brasil, mas que são de língua portuguesa, num evento que tem a curadoria de um português”.

“Não conseguimos nesse ano, mas vamos conseguir para o próximo ano trazer escritores portugueses à Virada Literária [Lusófona]”, concluiu Manuel Diogo.