
As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, como previa o calendário proposto pelo presidente do partido que foi aprovado na Comissão Nacional com 201 votos a favor e cinco contra.
Os resultados da votação do calendário e do regulamento eleitoral para as diretas foram transmitidos à Lusa por fonte oficial do partido, não havendo nestes documentos aprovados informação sobre o congresso.
Segundo o mesmo calendário, a data limite para apresentação de candidaturas é dia 12 de junho, estando até agora na corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos apenas o ex-ministro José Luís Carneiro.
Já a proposta alternativa, subscrita por Daniel Adrião, e que pretendia que houvesse primárias e que a escolha do novo líder do PS fosse depois das autárquicas, foi chumbada.
O candidato anunciado à liderança do PS, José Luís Carneiro, comprometeu-se a ouvir toda a gente, apelou à união e assegurou que os socialistas serão uma “oposição firme e responsável”, recusando qualquer “operação de subversão” da Constituição.
Estas são algumas das ideias que o ex-ministro defendeu na sua intervenção na Comissão Nacional do PS, em Lisboa, segundo a agência Lusa.
José Luís Carneiro fez um agradecimento a Pedro Nuno Santos, que hoje deixou a liderança do partido, e pediu “humildade democrática” perante os resultados de domingo.
O candidato anunciado promete “saber ouvir todos e contar com todos” e defendeu que só unidos os socialistas terão “muita força”.
“O PS será oposição responsável, séria e firme”, assegurou, comprometendo-se a não ser parceiro “para nenhuma operação de subversão da Constituição”, apesar de não acreditar que esse seja o caminho da AD.
Pedro Nuno Santos diz que não desistirá de fazer política, em declarações aos jornalistas, à saída da comissão nacional do PS, onde esteve pouco mais de meia hora.
“Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao partido e ao país”, diz Pedro Nuno Santos: “A vida não termina, a vida política e partidária termina”. Ao mesmo tempo diz que “continuará a fazer intervenção política”, mas diz que ainda não tomou decisão sobre o lugar na Assembleia da República.
Quanto a um eventual arrependimento por ter chumbado a moção de confiança ao Governo, que culminou nas eleições com a pesada derrotada do PS, Pedro Nuno Santos respondeu: “não só não estou nada arrependido, como tenho muito orgulho de, num momento crucial, ter sido sério e ter defendido a decência na política em Portugal”.
“Eu não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia”, enfatizou.
Para o líder do PS, “numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro”.
“Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo. Eu achava isso na altura em que se votou a moção de confiança, acho isso hoje e dificilmente não acharei no futuro porque aquilo que nós já sabemos é suficiente para que alguém com o passado de Luís Montenegro não seja primeiro-ministro”, insistiu.
Carlos César falou também aos jornalistas, à entrada do Hotel Altis, antes da reunião do PS que vai analisar os resultados das eleições.
O presidente do PS admite que os resultados eleitorais implicam uma reflexão "profunda e pausada".
Carlos César diz que será uma reflexão difícil, mas afirma que a prioridade é repor "a normalidade institucional” para fortalecer a “legitimidade” do partido. Tal como já tinha declarado, defende que o novo secretário-geral seja escolhido o mais rapidamente possível, para que se possa fazer “uma preparação cuidada” para as eleições autárquicas.
Questionado pelos jornalistas sobre a posição que vai assumir sobre a viabilização do Governo, Carlos César responde que o PS irá tomar as mesmas medidas que na última legislatura e viabilizar o Governo da AD.
Relativamente ao Orçamento do Estado, afirma que essa será uma decisão do novo secretário-geral.
O presidente do PS - que vai assumir interinamente as funções deixadas por Pedro Nuno Santos, que se demitiu na noite eleitoral - anunciou que vai propor que a eleição do secretário-geral decorra imediatamente no dia 27 e 28 de junho, com a apresentação de candidaturas até ao dia 12 de junho.
“E que, depois das eleições autárquicas e quando a liderança que, entretanto, for eleita entender mais adequado, se realizam as eleições para delegados ao Congresso do Partido Socialista”, disse ainda.
José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos também já chegaram ao quartel-general do PS, mas não prestaram declarações aos jornalistas.
*Com Lusa*
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