Sirhan, de 77 anos, passou mais de meio século atrás das grades. A decisão do conselho não determina a sua libertação imediata, mas abre caminho para um período de análise que pode durar até três meses e depois deve ser revistado pelo governador da Califórnia.

Condenado à prisão perpétua, Sirhan tentou obter a liberdade condicional por 15 vezes.

Nesta sexta-feira, pela primeira vez, o Ministério Público de Los Angeles não se opôs ao pedido.

Robert F. Kennedy, o irmão mais novo do também assassinado John F. Kennedy, foi baleado na madrugada de 6 de junho de 1968 no Ambassador Hotel em Los Angeles, depois de fazer um discurso pela sua vitória nas eleições primárias democratas da Califórnia, a caminho da corrida presidencial.

O então senador faleceu no dia seguinte, aos 42 anos.

Sirhan, natural de Jerusalém e nos Estados Unidos desde 1956, foi condenado pelo crime. Aos 24 anos, confessou o assassinato no tribunal, mas disse não se lembrar de como aconteceu. Foi detido na cena do crime, ainda com a arma na mão. No entanto, durante anos correram rumores de que havia um segundo assassino.

Paul Schrade, que estava com "Bobby" Kennedy durante o tiroteio e foi ferido, é um dos que apoiou essa hipótese. "É uma boa decisão", disse Schrade à AFP nesta sexta-feira, minutos após a votação ser publicada.

"Estou muito grato ao conselho de liberdade condicional por dar a Sirhan a oportunidade de ir para casa", adiantou.

Robert F. Kennedy Jr., um dos onze filhos do falecido senador, também exprimiu dúvidas no passado sobre a autoria do crime.

A controvérsia sobre o caso começou no julgamento de Sirhan, quando os promotores apresentaram um relatório de autópsia mostrando que Kennedy foi baleado pelas costas. Sirhan estava à sua frente.

Em 2013, um juiz dos EUA que recusou um dos recursos de Sihran rejeitou a versão, afirmando que a direção da bala poderia ser explicada devido ao "caos" e que Kennedy pode ter virado a cabeça durante o tiroteio.