Fernando Chui Sai On falava no jantar em honra do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito da deslocação ao território, etapa final da visita de Estado à China.

"Macau é um importante interveniente na iniciativa 'Uma Faixa, Uma Rota' e, por isso, o Governo da Região Administrativa Especial está preparado para envidar os maiores esforços no exercício pleno do seu papel de plataforma sino-lusófona e ainda no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau)", declarou o chefe do Executivo, de acordo com um comunicado oficial.

A iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota", lançada em 2013, inclui uma malha ferroviária e autoestradas a ligar a região oeste do país à Europa e ao oceano Índico, cruzando a Rússia e a Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas das prósperas cidades do litoral chinês.

Pelo caminho, estão a ser erguidos aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando dinamizar o comércio e indústria em regiões pouco integradas na economia global.

Chui Sai On indicou que Macau pretende também promover "o desenvolvimento e a cooperação em áreas como a economia, a ciência, tecnologia e inovação", acrescentou.

Sobre a Comissão Mista Macau-Portugal, estabelecida no âmbito da criação de mecanismos de cooperação bilateral, Chui Sai On afirmou que foram realizadas cinco reuniões, desde a primeira, em 2011. Nestes encontros "foram discutidos e acordados muitos assuntos importantes", de reforço do trabalho conjunto e, ao mesmo tempo, de demonstração das "relações próximas e amistosas" existentes entre os dois governos.

A sexta reunião da Comissão Mista vai decorrer em Portugal, em meados do corrente mês, por ocasião da visita de Chui Sai On ao país.

Para o Presidente da República, a visita a Macau é "a prova inequívoca da amizade e da cooperação" entre Portugal e Macau, tendo manifestado esperança no desenvolvimento da cooperação em domínios como a língua portuguesa, o comércio, o investimento o turismo, o ensino superior, a ciência e a tecnologia, bem como no reforço da posição do território enquanto plataforma "essencial no relacionamento" com os países lusófonos.

As relações de Portugal e Macau são "antigas, intensas e inequívocas", disse o chefe de Estado português, acrescentando desejar que "o futuro permita que a relação" entre ambos "seja cada vez mais próxima".

Em Macau, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Santa Casa da Misericórdia, que assinala este mês os 450 anos de existência, e percorreu a pé as ruas do centro da cidade, entre a praça do Leal Senado e as Ruínas de São Paulo, um conjunto formado pela fachada da Igreja da Madre de Deus e as ruínas do antigo Colégio de São Paulo, duas construções jesuítas destruídas por um incêndio, em 1835.

Depois de um encontro com a comunidade portuguesa, o Presidente da República marcou presença na Escola Portuguesa de Macau, seguindo-se o Instituto Português do Oriente (IPOR) e uma visita ao Consulado-geral de Portugal em Macau.

O território assinala, em 20 de dezembro próximo, a constituição da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), na sequência da transferência da administração de Portugal para a China.