Num discurso dirigido ao país, após várias semanas de contestação do movimento de protesto “coletes amarelos” que alastraram a várias regiões do país e implicaram violentos confrontos com as forças policiais, Macron anunciou um aumento de 100 euros no salário mínimo e uma redução dos impostos para os reformados e trabalhadores.
Macron reconheceu que as suas palavras “feriram algumas pessoas” no passado, considerou justificado o descontentamento que originou os protestos, e optou por anunciar um “estado de emergência económica e social” para enfrentar a situação em que o povo francês tem de trabalhar em conjunto".
É então que dá ênfase à educação e à importância desta para que "as pessoas possam encontrar trabalho", afirmando que a "esta reforma é importante" porque o presidente francês quer uma "França em que se possa viver com dignidade" e onde os "estudantes consigam arranjar trabalho" depois de terminarem os estudos.
Na sua mensagem fez questão de frisar que quer acabar com as injustiças e com os problemas sociais que atingem o país e que quer implementar "rapidamente" medidas que criem uma "mudança real".
“No início poderá ter dado a sensação de que não queria saber, mas isso não é verdade. Talvez tenha magoado alguns de vocês. Mas isso não era a minha intenção”, revelou Macron. "Eu acredito neste país. Eu retiro a minha legitimidade de vocês. Eu quero encontrar uma maneira de sair desta situação em conjunto", continuou.
Macron revelou que a França é um país de "lei" e que a "amizade" tem que unir e não o contrário. E que esta foi precisamente a razão pela concorreu ao cargo de Chefe de Estado, em ordem de unir o povo francês.
O presidente francês Manuel Macron prometeu aumentar o salário mínimo nacional, baixar os impostos porque “não quer que o povo francês esteja dividido”.
Porém, não só não esquece a insatisfação vivida pelos franceses, como a percebe. “Não esqueço que existe uma raiva, uma indignação, que muitos franceses podem partilhar. É uma raiva profunda, mas que pode ser a nossa chance", disse.
Para isso, o presidente Macron anunciou medidas que vão de encontro com algumas exigências dos "coletes amarelos", como será o caso do aumento mensal do salário mínimo em 100 euros, mas também ao informar que as horas extraordinárias serão isentas de tributação a partir de 2019. Assim como informou que os pensionistas que aufiram menos de 2000 euros por mês não terão que contribuir para a Contribuição Social Generalizada (programa semelhante aos descontos da Segurança Social).
Assumiu também a sua culpa pela situação e do Governo sobre os problemas que motivaram os protestos. "Não soubemos dar resposta, assumo a minha responsabilidade nessa parte", reconheceu.
Todavia, deixou a ressalva que não tolera a violência e que condena os atos de "desordem e anarquia" vividos nos sábados do último mês — e que não vão passar impunes.
Por fim, terminou dizendo que o seu único combate é pelos "franceses" e que a sua "única batalha é pela França".
"Viva a República", disse ainda Macron.
Fontes policiais citadas pela agência noticiosa AFP referiam hoje que desde 17 de novembro, a primeira ação dos “coletes amarelos”, foram identificadas 4.523 pessoas em todo o território, e que implicaram 4.099 detenções.
No último sábado, o “ato 4.º” desta mobilização inédita, foram identificadas cerca de 2.000 pessoas, um número recorde, e 1.709 foram detidas. A polícia mobilizou nesse dia cerca de 90.000 efetivos em todo o país, com mais de 8.000 destacados em Paris, onde decorreram os principais protestos.
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