Em declarações à BBC, Macron, candidato presidencial favorito nas sondagens face à adversária de extrema-direita, Marine Le Pen, afirmou que, se vencer, a prioridade será "reformar profundamente a UE e o projeto europeu".

"Permitir que a UE continue como está seria uma traição aos cidadãos. E eu não quero fazer isso, porque no dia seguinte teremos o 'frexit' ou a Frente Nacional [de Le Pen] outra vez", disse.

Macron reiterou ser pró-europeu e ter defendido "constantemente a ideia de Europa" e as suas políticas durante a campanha eleitoral, porque considera que o bloco é importante para França e o seu lugar na globalização.

"Mas ao mesmo tempo devemos enfrentar a situação, ouvir o nosso povo, ouvir aquilo que hoje está a irritar e a deixar muita gente impaciente. A disfunção na UE já não é sustentável", afirmou.

Desde 23 de abril, quando passou à segunda volta como o candidato mais votado, Macron caiu vários pontos nas sondagens, mas ainda assim mantém-se à frente de Le Pen na corrida.

Le Pen, a candidata presidencial de extrema-direita, mostrou-se hoje esperançosa de que outros "patriotas" de direita se juntem à sua plataforma, depois de ter anunciado no sábado que Nicolas Dupont-Aignan será o seu primeiro-ministro, caso vença a segunda volta das presidenciais.

Dupont-Aignan, candidato derrotado na primeira volta, é defensor da soberania dos países e terminou a primeira volta das eleições presidenciais em sexto lugar.

"Peço a todos os patriotas [...] que se juntem a nós", afirmou, antes de destacar que "a direita e a esquerda, na verdade, já não existem" e que "a verdadeira fratura está entre os ‘mundialistas’ como Emmanuel Macron (...) e os patriotas".

O liberal pró-europeu Emmanuel Macron venceu a primeira volta das presidenciais francesas com 24,01% dos votos, à frente da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, que conseguiu 21,30%.

Os dois candidatos, que vão disputar o Eliseu (Presidência francesa) numa segunda volta a 07 de maio, ficaram separados por pouco menos de um milhão de votos.