De acordo com um questionário efetuado em maio pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que obteve respostas de cerca de 5.000 estabelecimentos sobre as perspetivas para a atividade turística até agosto, 78,4% (ligeiramente abaixo dos 79,2% de abril) dos respondentes (representativos de 90,4% da respetiva capacidade da oferta) reportaram que a pandemia de covid-19 motivou o cancelamento de reservas agendadas.
A Região Autónoma da Madeira foi a que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (90,4% dos estabelecimentos e 98,3% da capacidade oferecida), seguindo-se os Açores (86,7% e 96,5%, respetivamente), a Área Metropolitana de Lisboa (84,3% e 93,6%, pela mesma ordem) e o Algarve (81,7% e 91,2%, respetivamente).
Segundo o INE, “as medidas mais restritivas à mobilidade das pessoas poderão ter influenciado a maior taxa de cancelamentos que se verificou nas regiões autónomas”.
No segmento da hotelaria, 92,0% do total de estabelecimentos (94,3% da capacidade oferecida) reportaram cancelamentos de reservas devido à pandemia, tendo esta percentagem ascendido a 74,2% dos estabelecimentos de alojamento local (78,4% da capacidade oferecida) e a 68,8% do total (74,1% da capacidade) no turismo no espaço rural e de habitação.
O INE nota que “a proporção de estabelecimentos reportando cancelamentos parciais ou totais de reservas diminui nos meses em que tradicionalmente a solicitação de serviços de alojamento turístico é mais intensa”.
Ainda assim, de acordo com esta informação recolhida em maio, cerca de 74,4% reportaram cancelamentos para junho, 63,6% para julho e 57,5% para agosto.
Quando questionados sobre os principais mercados com cancelamentos de reservas (podendo cada estabelecimento identificar até três mercados), o mercado nacional foi o mais referido, tendo sido identificado por 60,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico.
O mercado espanhol foi o segundo mais referido (por 49,4% dos estabelecimentos), seguindo-se os mercados francês (31,9% dos estabelecimentos), alemão (27,1% dos estabelecimentos) e britânico (24,1% dos estabelecimentos).
Analisando os mercados identificados como um dos três com maior número de cancelamentos de reservas em cada região, observa-se que, no norte, o mercado nacional foi identificado por 66,2% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol, referido por 61,6% dos estabelecimentos.
Já no centro, o mercado nacional foi mencionado por 84,2% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (52,5% dos estabelecimentos), enquanto na Área Metropolitana de Lisboa o mercado espanhol foi referido por 59,0% dos estabelecimentos, no Alentejo o mercado nacional foi identificado por 81,3% dos estabelecimentos e no Algarve 65,0% dos estabelecimentos referiram o mercado britânico.
Nas regiões autónomas, verifica-se que o mercado nacional foi identificado por 83,9% dos estabelecimentos nos Açores, seguindo-se o mercado alemão (54,0% dos estabelecimentos), enquanto na Madeira este foi identificado por 72,9% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado francês (58,7% dos estabelecimentos) e o britânico (49,0% dos estabelecimentos).
O INE reporta que, na hotelaria, o mercado nacional foi mencionado como um dos três mercados com maior número de cancelamentos por 66,5% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (58,1%).
Já nos estabelecimentos de alojamento local, o mercado espanhol foi identificado por 49,8% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado nacional (48,2%), e nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação o mercado nacional foi mencionado por 74,5% dos estabelecimentos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 357 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Portugal contabiliza pelo menos 1.369 mortos associados à covid-19 em 31.596 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado na quinta-feira.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 06 de junho.
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