É o último dia de campanha. A partir da meia-noite os megafones e os carros calam-se, os grupos embandeirados de molhos de folhetos e canetas na mão evaporam-se, ficam só os cartazes, a cantar baixinho e a contar a história destas últimas semanas.
Durante o dia, o tom foi outro.
Cantou o PSD numa arruada liderada por Miguel Albuquerque, ladeado por Alberto João Jardim. Uma dupla que já vai com dois dias e que um taxista nos contou que se tivesse sido assim durante toda a campanha, talvez não se tivesse chegado a este ponto de impasse hoje. “O que vale ao presidente é que o Cafôfo prometeu e o céu e a terra e as pessoas não são parvas”, disse.
Cantou o PDR, logo de manhã, de megafone pelas ruas do Funchal.
Cantou o Bloco de Esquerda, numa atuação em conjunto com Marisa Matias como convidada especial para dar o último empurrão aos indecisos em votar em Paulino Assunção.
Cantaram as ruas com os carros de campanha a passarem e a arrastarem músicas de comícios e discursos políticos uns contra o PSD, outros contra o PS, outros contra a República, outros contra qualquer coisa. Todos, dizem, pela Madeira e Porto Santo.
Cantou o PS à noite. Hoje foi a vez de os socialistas fazerem o último comício. A primeira palavra foi para Olavo Câmara, presidente da JS Madeira. Falou, cantou e entoou gritos de apoio a Paulo Cafôfo. Devolveu o microfone ao animador que o passou de imediato a Emanuel Câmara, pai de Olavo e presidente do PS Madeira. Emanuel cantou contra os sociais-democratas, pediu às pessoas para estarem atentas no dia de reflexão e nas urnas. As bandeiras são tantas que é difícil descobrir Cafôfo no palco montado no Parque de Santa Catarina no Funchal. Elas levantam-se, abanam e canta-se "Graças a Deus tudo vai mudar, graças a Deus, o Cafôfo vai ganhar".
Até que chega a vez de Cafôfo cantar e encantar. O candidato socialista apregoou a mudança de rumo no dia 22 de setembro e a plateia rebenta de alegria com a esperança de domingo.
Agora, poupa-se a voz para o concerto de domingo.
Comentários