Questionado sobre o que levou os bancos a necessitarem de todo este capital, Faria de Oliveira disse que serviu para “absorver perdas” e fazer face às maiores exigências da regulação, ao “tsunami regulatório” que veio após a crise financeira.

De aumento de capital dos bancos privados foram 12,4 mil milhões de euros entre 2008 e 2017, disse o presidente da associação que representa os bancos que operam em Portugal.

Desses, 5.331 milhões de euros foram colocados pelos acionistas no BCP, 1.785 milhões de euros no Montepio, 340 milhões no BPI e ainda 3.252 milhões no BES e 700 milhões no Banif (ainda por acionistas privados, antes das respetivas resoluções, em 2014 e 2015) e 1.000 milhões de euros no Novo Banco (o banco nascido na resolução do BES) pelo acionista Lone Star (que detém 75% do Novo banco desde outubro passado).

A estes valores há que somar os 5,2 mil milhões de euros que o Estado meteu no banco público Caixa Geral de Depósitos (CGD) e ainda os 7.356 milhões injetados pelo Fundo de Resolução bancário no Novo Banco (4,89 mil milhões de euros) e no Banif (2,466 mil milhões).

No total, os bancos referidos aumentaram o seu capital em mais de 25 mil milhões de euros.

Ainda entre 2008 e 2017, o Estado investiu 5,8 mil milhões de euros na capitalização dos bancos através de obrigações de capital convertível. Desse valor, os 900 milhões de euros investidos em ‘CoCo’ (obrigações de capital convertível) na CGD passaram a ações, BCP e BPI devolveram o investimento e falta pagar 125 milhões referentes ao Banif, disse Faria de Oliveira.

O presidente da APB afirmou também hoje que com os ‘CoCo’ injetados nos bancos o Estado conseguiu 1.228 milhões de euros em receitas de juros, dividendos e comissões.