“Neste momento ronda os 70% as corporações de bombeiros do distrito do Porto que não estão a dar os dados ao CDOS [Comando Distrital de Operação de Socorro], declarou José Miranda, acrescentando que a tendência é “atingir o máximo cerca do meio dia”.

O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP) aprovou no sábado "por unanimidade e aclamação de pé" suspender toda a informação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) a partir das 00:00 de domingo.

Os dados que não estão a ser transmitidos ao CDOS são, por exemplo, o número de viaturas que vão para os acidentes, quantos elementos de socorro vão na viatura, que tipo de viatura é, que tipo de acidente é, entre outros, explicou à Lusa o presidente da Federação de Bombeiros do distrito do Porto.

Segundo José Miranda, o distrito do Porto tem 47 corporações de bombeiros – 45 corpos de bombeiros voluntários e duas corporações de bombeiros profissionais - e “neste momento aderiram 33 corpos de bombeiros”, mas os utentes não sentem absolutamente nada de diferente, isto é uma garantia”.

“O socorro continua a fazer-se na maior normalidade, tudo da mesma forma, só que não transmitimos os dados (…) para o CDOS, de resto está tudo a processar-se”, explicou, referindo que os meios saem da mesma forma também para os pedidos realizados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou individualmente, sendo que a diferença é que os bombeiros não estão a dar as comunicações aos superiores.

O presidente da Federação dos Bombeiros do Porto voltou hoje a desmentir a informação avançada no domingo pela Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto, que indicava que as corporações de bombeiros do distrito estavam a reportar para o CDOS, ignorando o apelo da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP).

O presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto e presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, disse à Lusa, na altura, que até às 16:00 horas de domingo 43 dos 45 corpos de bombeiros do distrito estavam a reportar as ocorrências.

O presidente atual da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, garantiu no domingo que a ausência de reporte à Proteção Civil não compromete o socorro à população e devolveu a acusação de irresponsabilidade ao ministro da tutela, Eduardo Cabrita.

A Liga dos Bombeiros Portugueses reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

A Liga dos Bombeiros Portugueses tem, no total, 470 associados, distribuídos por corporações de voluntários (435), municipais (19), privativos (9), batalhão de sapadores bombeiros (1), companhias de sapadores bombeiros (5) e regimento de sapadores bombeiros (1) distribuídos por todos os distritos do Continente e Ilhas.

Todas as corporações de bombeiros de Bragança aderiram ao protesto da Liga

O presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Bragança, Diamantino Lopes, adiantou hoje que todas as corporações de bombeiros desta região aderiram ao protesto da Liga, escusando-se a responder e reportar à Proteção Civil.

“Cem por cento das associações não respondem às chamadas do CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro), mas estão 100% operacionais”, afiançou à Lusa o presidente da federação.

Desde domingo, segundo disse, que as 15 corporações de bombeiros do distrito de Bragança “não reportam dados, nem respondem ao CDOS”, mas estabeleceram entre elas um processo de comunicação que, como assegurou, “não deixa falar socorro às populações”.

“Estamos 100% disponíveis e comunicáveis. Usamos uma escala entre nós, por ordem alfabética, em que cada corpo de bombeiro coordena em cada dia”, concretizou.

Se houver alguma necessidade que exija meios para além da área de intervenção de cada corporação, o plano estipula que a corporação onde ocorra entre em contacto com as mais próximas até ao limite das 15 existentes na região.

Este sistema vai vigorar, de acordo com o presidente da federação, “até que haja abertura do Governo e que a Liga dos Bombeiros Portugueses dê orientações noutro sentido”.

A Lusa contactou também o CDOS de Bragança, que não presta declarações sobre o assunto, nem avança dados.

Na página oficial das Internet da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), o distrito de Bragança aparece hoje com zero ocorrências.

A ausência de reporte de informação desde as 00:00 de domingo é uma das medidas de protesto da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) contra a proposta do Governo para a nova lei orgânica.

Uma das novidades contestadas é a área de atuação dos CDOS deixar de corresponder aos distritos e passar a ter a abrangência das comunidades intermunicipais.

A LPB reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

A Liga dos Bombeiros Portugueses tem, no total, 470 associados, distribuídos por corporações de voluntários (435), municipais (19), privativos (9), batalhão de sapadores bombeiros (1), companhias de sapadores bombeiros (5) e regimento de sapadores bombeiros (1) distribuídos por todos os distritos do Continente e Ilhas.

O presidente da Liga, Jaime Marta Soares, garantiu, no domingo, que a ausência de reporte à Proteção Civil não compromete o socorro à população.

A mesma garantia foi dada pela Proteção Civil, enquanto o ministro da administração Interna, Eduardo Cabrita, convocou uma conferência de imprensa para criticar a atuação dos bombeiros e disse que a decisão compromete a coordenação de meios e pode pôr em causa a segurança das pessoas.