O relatório, hoje publicado no portal do Governo, refere nas considerações finais que “a maioria das vítimas mortais decorre de situações para as quais nunca chegou a haver qualquer alerta”, pelo que “foi impossível o conhecimento e consequente resposta” a essas mesmas situações.

O fogo que começou em 17 de junho em Pedrógão Grande, propagando-se a concelhos vizinhos, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, segundo um balanço oficial.

Grande parte das pessoas morreram carbonizadas em automóveis na estrada EN 236-1, apelidada de “estrada da morte”.

De acordo com o relatório da ANPC sobre o fogo, concluído a 7 de julho, apenas houve um pedido de ajuda de uma viatura de combate a incêndios dos bombeiros de Castanheira de Pera, às 20:44.

“Não foi recebido mais nenhum pedido de socorro na área da estrada EN 236-1, nomeadamente no troço compreendido entre o nó do IC-8 e Castanheira de Pera”, assinala o documento, acrescentando que “nem sequer” houve um alerta “para a existência de acidentes de viação”.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil ressalva que, face à “velocidade e violência com que o incêndio atingiu” algumas aldeias, “nem sequer terá havido tempo para que os moradores pudessem solicitar de imediato ajuda”.

O relatório da ANPC sobre o incêndio de Pedrógão Grande foi divulgado hoje no portal do Governo, após a conferência de imprensa da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, para fazer o ponto da situação de estudos, pareceres e inquéritos ao fogo.