A incidência de infeções com o coronavírus continua a subir. As contas desta segunda-feira mostram que o valor aumentou para os 1.805,2 casos por 100 mil habitantes em Portugal, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, que revelam ainda a subida do índice de transmissibilidade (Rt), passando para 1,43.

Estes números, porém, ganham outra perspetiva se tivermos em conta que na sexta-feira incidência em Portugal estava nos 1.182,7 casos por 100 mil habitantes.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19 mil pessoas e foram contabilizados 1.434.570 casos de infeção.

Estas contas ajudam a pôr o país, esta semana, em sexto lugar entre os países da União Europeia com mais novos casos diários de contágio — porém, e isso é positivo, Portugal é também o sexto com menos mortes diárias atribuídas à covid-19.

Segundo o 'site' estatístico Our World in Data, na última semana, o país subiu de 768 novos casos diários por milhão de habitantes para 2.030. Entre os casos de contágio regista-se uma taxa de mortalidade de 1,33 por cento, com uma média diária de 1,63 novas mortes diárias nos últimos sete dias.

Todavia, país da União Europeia com média superior de novos casos continua a ser a Dinamarca, particularmente afetada pela nova variante Ómicron do vírus responsável pela covid-19, e que passou dos 2.090 para 3.590 novos casos diários por milhão de habitantes.
Seguem-se Chipre, com 3.500 novos casos diários, a Irlanda (3.050), França (2.400) e Malta (2.210).

A média da UE de novos casos diários por milhão de habitantes situa-se agora nos 1.170, muito acima da média mundial de 184 novos casos. Mesmo entre os países do mundo com mais de um milhão de habitantes a Dinamarca repete-se como o país com o número mais elevado de casos nos últimos sete dias, seguida da Irlanda, Reino Unido (2.820) França e Suíça (1.010).

Voltando a Portugal, um dado positivo: as farmácias realizaram, nos dias anteriores à passagem de ano, quase 600 mil testes gratuitos à covid-19, atingindo o máximo diário em 30 de dezembro, com 213 mil despistes da infeção pelo SARS-CoV-2.

“Quarta, quinta e sexta-feira foram os dias com maior número de testes realizados. Mesmo em relação ao anterior máximo que tínhamos atingido em 23 de dezembro, houve um aumento bastante significativo”, disse hoje à Lusa a presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF).

Segundo Ema Paulino, na quarta-feira, 29 de dezembro, foram realizados 174 mil testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional gratuitos nas farmácias que aderiam ao regime de comparticipação, número que compara com os 160 mil feitos em 23 de dezembro.

O máximo diário foi atingido na quinta-feira, 30 de dezembro, com 213 mil testes, enquanto no último dia do ano realizaram-se um total de 197 mil testes de diagnóstico da covid-19.

Relativamente aos autotestes, Ema Paulino adiantou que a procura se mantém elevada, mas agora a ANF "não tem tido tantos reportes de farmácias que têm dificuldade em abastecer”.

“Houve sempre vendas, que conseguimos monitorizar, e não houve nunca uma rutura de stock, mas imagino que algumas farmácias esgotaram os autotestes disponíveis face à elevada procura”, referiu.

Segundo a presidente da ANF, neste momento cerca de 1.400 farmácias estão a fazer testes gratuitos, no âmbito do regime excecional e temporário que foi prorrogado até final deste mês, que prevê uma comparticipação de 15 euros por teste, mas também ao abrigo de protocolos com vários municípios.

Estas 1.400 farmácias representam quase metade do total de cerca de 2.900 existentes no país, a que se juntam mais de 680 laboratórios clínicos onde também é possível realizar testes gratuitos. Mas Ema Paulino diz ainda que o número de farmácias deve aumentar nos próximos dias, tendo em conta que algumas ainda estão a ultimar os registos necessários para aderir ao regime de comparticipação, mas também porque agora existe maior disponibilidade de recursos humanos para os testes.

O recorde de novos casos diários de contágio pelo SARS-CoV-2 atingido a 31 de dezembro de 2021 precedido de um recorde absoluto de testes, mas em todo o caso, havia um terço dos internados do que nos mesmos dias em 2020.

No período entre 20 de dezembro de 2021 e 03 de janeiro de 2022, foram diagnosticados 178.569 novos casos de infeção. Olhando para trás um ano, surgiram 55.467 novos casos no mesmo período. O aumento é superior a 220 por cento.

No entanto, na comparação com o ano passado, verifica-se atualmente uma grande diminuição em relação ao número de internados: entre 20 de dezembro de 2020 e 03 de janeiro de 2021, a média de pessoas internadas foi de 2925,2, com um mínimo de 2754 registado em 25 de dezembro e um máximo de 3.158 a 21 de dezembro.

Em relação aos cuidados intensivos, a média de internamentos neste tipo de unidades na passagem de 2020 para 2021 foi de 497,5.

Olhando para o período entre hoje e 20 de dezembro passado, a média de internamentos foi de 959 e a média de pessoas em cuidados intensivos foi de 149.2. Em percentagens, a média atual de internamentos desceu 67,2% e a média de internamentos em unidades de cuidados intensivos desceu 70% em relação ao mesmo período de há um ano.