“Passados 10 anos do início do conflito sírio, existem hoje seis milhões de crianças que precisam de ajuda. Muitas nasceram já em contexto de guerra e a única realidade que conhecem é a do conflito, da perda e das deslocações constantes”, salienta a agência da ONU num comunicado, adiantando que a pandemia da covid-19 agravou ainda mais a situação das crianças sírias.
A UNICEF indica também que “o número de relatos de crianças vítimas de sofrimento psicológico duplicou em 2020″.
Durante uma década de guerra “cerca de 700 escolas foram atacadas” na Síria e “apenas metade das unidades de saúde estão operacionais”, refere, acrescentando que metade das crianças sírias não pode ir à escola.
Segundo a UNICEF, “o número de pessoas necessitadas aumentou 20% apenas no último ano, 65% das famílias não terão acesso a necessidades básicas e quase 80% das pessoas na Síria vivem em situação de pobreza”.
A agência da ONU alerta que as consequências da guerra têm igualmente impacto nos países vizinhos, como a Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito, que acolhem mais de 80% dos refugiados devido ao conflito e onde estão registadas 2,5 milhões de crianças sírias.
“A resposta à crise na Síria, na última década, tem sido uma das maiores operações em toda a história da UNICEF”, refere o comunicado.
Entre as ações realizadas pela agência e parceiros, o Fundo destaca no ano passado o apoio no acesso à educação de 3,7 milhões de crianças, a vacinação de 900.000 menores e o apoio psicossocial a 400.000 crianças no território sírio e em países vizinhos.
Para assinalar os 10 anos do conflito, a UNICEF realiza na quinta-feira uma visita virtual a campos na Síria e na Jordânia.
O Fundo das Nações Unidas apela, no comunicado, a um apoio financeiro de 1,4 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) para continuar o seu trabalho em prol das crianças e respetivas famílias na Síria e países vizinhos em 2021.
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