Intervindo na sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa de hoje, Vigília da Ascensão Lopes, da Associação de Moradores “A Voz do Bairro”, pediu o despejo das pessoas que fazem do miradouro “uma sala de droga”, que “bebem, levam garrafas, que se agridem, que dormem lá à noite e que tornam inseguro que os moradores ali passem”.
A moradora afirmou querer “que se torne aquilo [miradouro] o cabo da boa esperança em vez do cabo das tormentas como é hoje”.
Segundo a petição, que está a ser apresentada porta a porta e à qual a agência Lusa teve acesso, os moradores estão “determinados em erradicar os abusos" cometidos no miradouro, mais conhecido como Adamastor, "designadamente o tráfico de droga e consumo de bebidas alcoólicas de forma excessiva, que estão em grande parte na origem de muitos desacatos e de determinismos psicológicos negativos”.
Os moradores exigem “que sejam implementadas medidas” que “levem em consideração a necessidade do período de descanso da população residente, dissuadindo a aglomeração intensa a partir das 23:30”.
“Sendo aquele local um dos ex-líbris da cidade visitado por inúmeros turistas, é de lamentar a imagem indecorosa e distorcida que levam da nossa urbe, sendo muitas vezes agredidos e incomodados com os insultos e vozearias”, denuncia a petição.
O documento refere ainda que “os moradores querem voltar a frequentar o miradouro e levar as crianças a desfrutá-lo”, algo “que neste momento não consideram ser possível devido ao clima existente e ainda aos diversos assaltos e agressões cometidos naquela zona”.
Em julho, o vice-presidente da Câmara Municipal, Duarte Cordeiro (PS), anunciou o encerramento do Miradouro de Santa Catarina para obras de requalificação, apontando que o espaço ia permanecer encerrado durante o “resto do verão”.
Em sentido contrário, alguns cidadãos lançaram uma petição pública contra a vedação permanente do miradouro, que hoje contava já com quase 4.000 assinaturas.
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