Em declarações à agência Lusa, o ator José Wallenstein, um dos promotores da iniciativa, manifestou agrado com o aumento exponencial de assinaturas nos últimos dias de uma petição que arrancou a meio de janeiro com o objetivo de atingir as 20.000 assinaturas para ter “alguma dimensão” quando entrar na Assembleia da República.
“Foi excelente este aumento e foi excelente a preocupação manifestada pelos partidos que já vi nalguns jornais”, disse Wallenstein, que pretende agora confirmar que todas as assinaturas estão recolhidas segundo as regras, para que nada falhe aquando da entrega no parlamento.
“Provavelmente vou deixar subir um pouco mais para chegar às 30.000. Por vezes as pessoas aderem, mas não preenchem todos os campos necessários e depois as assinaturas podem não contar”, acrescentou.
Numa nota enviada às redações, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros manifesta-se solidária com a preocupação e diz que os editores escolares “têm investido bastante na procura das melhores soluções no que diz respeito aos manuais”.
“Ao longo dos últimos anos, os editores escolares tomaram algumas medidas, como a divisão de alguns dos seus manuais em dois ou três volumes, pese embora isso constitua um acréscimo adicional nos custos de produção que não se reflete no preço final dos livros escolares”, recorda a APEL.
Outra das medidas apontadas pela APEL é o investimento noutras soluções, para além da criação de volumes, “tais como o tipo de papel, utilizando papeis mais leves, sem nunca afetar a qualidade dos manuais e a sua utilização plena, nomeadamente, no que concerne à leitura”.
Os editores e livreiros manifestam ainda a “total abertura e disponibilidade para colaborar na definição das melhores soluções” e dizem que irão continuar a “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responder à questão do peso das mochilas e minimizar ao máximo as consequências negativas no presente e no futuro dos alunos portugueses”.
A petição é subscrita por especialistas em ortopedia, médicos fisiatras, a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, a Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e pela Confederação Nacional das Associações de Pais, entre outras organizações.
Os autores da petição pedem urgência na resolução do problema e propõem, entre outras medidas, que se legisle no sentido de definir que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças, tal como sugerido por associações europeias e americanas.
Na petição defende-se a obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente, de forma a avaliarem “se os pais estão conscientes desta problemática e se fazem a sua parte no sentido de minimizar o peso que os filhos carregam”.
“Para tal, cada sala de aula deverá contemplar uma balança digital, algo que já é comum em muitas escolas, devendo ser vistoriada anualmente”, acrescentam os signatários.
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