“A análise preliminar da mortalidade atribuível à epidemia de covid-19 e às temperaturas extremas estimou uma fração da mortalidade atribuível à covid-19 de cerca de 76% e ao frio extremo de cerca de 18%” entre a última semana do ano de 2020 e o final do mês de fevereiro, precisa o documento do Governo hoje entregue na Assembleia da República.
O relatório referente ao estado de emergência de 15 de fevereiro a 1 de março destaca o excesso de mortalidade registada no país, sobretudo entre 28 de dezembro e 21 de fevereiro, que se estima de 11.985 óbitos em excesso.
“O excesso de mortalidade que se observou desde a semana 44/2020 [26 de outubro] totalizou um excesso de 15.779 óbitos. Este é o período de excesso de mortalidade mais longo (17 semanas) desde 1980 e com uma intensidade extraordinária, em especial durante o mês de janeiro”, lê-se no relatório realizado pela Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
O anterior relatório do estado de emergência do período entre 31 de janeiro a 14 de fevereiro também já dava conta do excesso de óbitos em Portugal.
Sobre os óbitos por covid-19, o documento refere que a maioria dos mortos (87,3%) tinha idade igual ou superior a 70 anos e a taxa de letalidade situou-se, até 1 de março, nos 2%.
Foi na região de Lisboa e Vale do Tejo onde se registou o maior número de mortos por covid-19 desde o início da pandemia (41,9%), seguindo-se o Norte (31,9%) e o Centro (17,8%).
O relatório, que vai ser discutido na quinta-feira na Assembleia da República, destaca a “forte tendência de decréscimo” de casos diários de covid-19, bem como de “uma diminuição expressiva” do número de casos em internamento hospitalar, nomeadamente em unidades de cuidados intensivos no período de 15 de fevereiro a 1 de março.
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