O docente, que hoje recebeu assistência médica por ter sofrido uma quebra de glicemia, saiu da autocaravana onde está a realizar o protesto, instalada junto à escola secundária de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, para agradecer aos colegas, dirigindo-lhes algumas palavras.

Luís Sottomaior Braga recebeu aplausos e palavras de incentivo dos professores que empunhavam um cartaz onde se lia: “Sr Ministro, trate bem os que ainda cá estão. Em coro, entoaram “Não paramos” e “Escola Unida jamais será vencida” e cantaram o hino nacional.

Em declarações aos jornalistas, sentado numa cadeira na tenda de campanha, montada ao lado da autocaravana e de cravo vermelho ao peito, o docente de 51 anos, disse aos jornalistas que está “bem de saúde”, apesar de sentir “algum cansaço”, garantindo que não está a fazer a greve de fome para “correr risco excessivo”.

“Há um objetivo de marcar uma posição, mas há cuidado com a preservação da vida”, frisou.

Questionado sobre se já teve resposta ao apelo que fez na segunda-feira ao Presidente da República para não promulgar a lei dos concursos, o docente afirmou que “não está à espera de um telefonema”, mas que Marcelo Rebelo de Sousa “atue politicamente” para travar o que chamou de “ato extremamente violento” para os professores por representar “uma situação bastante desgraçada”.

“O senhor Presidente até pode ignorar-me que eu ficarei satisfeito se ele der um sinal muito claro se em relação ao diploma dos concursos tem uma posição política clara”, destacou, referindo que não se “sente sozinho”, que tem recebido inúmeras “palavras de apreço e apoio” e que está “é uma luta dos professores que têm de continuar mobilizados para, por uma vez, a educação ser olhada como um problema de futuro, um problema estrutural do país”.

“Se fizéssemos uma comissão de inquérito sobre o estado da educação nacional, provavelmente, iríamos ter surpresas mais desagradáveis do que as que estamos a ter com a TAP”, realçou.