Itália tem sido particularmente afetada por uma orla de turistas que desenvolve atividades proibidas em monumentos. Neste caso, uma mulher foi filmada no dia 18 de julho, por outro turista, a escalar a Fontana di Trevi, em Roma, para encher uma garrafa de água, algo não só proibido como perigoso.
O vídeo, entretanto obtido pela agência de notícias Storyful, tornou-se viral, tendo em conta que a mulher de alguma idade escala um conjunto de pedras para chegar ao centro da atração.
Ao chegar ao local pretendido, enche a sua garrafa com uma bica na fonte, antes que um guarda apite e a confronte. Depois de falar com um turista, o guarda é visto a levar a invasora para fora daquele local.
Segundo o turista que gravou o vídeo, Lex Jones: "Havia sinais em todo o lado a dizer que não era permitido fazer aquilo", algo que a infratora não percebeu, tentando inclusivamente justificar-se ao guarda no local.
Depois deste vídeo não se sabe o que aconteceu à turista. No entanto, este não é o primeiro evento estranho neste monumento italiano. No dia 28 de junho, já um turista tinha nadado na Fontana di Trevi, segundo o jornal italiano Corriere Della Serra.
Apesar destes eventos, o caso mais chocante de profanação de um monumento em Itália talvez tenha sido quando em junho um homem se filmou a ele e à namorada a escrever o nome no Coliseu de Roma.
Na altura, o ministro da Cultura italiano, Gennaro Sangiuliano, partilhou o vídeo na rede social X (antigo Twitter), a repudiar o sucedido.
O turista foi, entretanto, identificado como Ivan Dimitrov, instrutor de fitness de origem búlgara a residir em Bristol, Inglaterra, e escreveu uma carta em que se desculpou ao presidente da câmara Roberto Gualtieri e alegou, segundo o jornal italiano Il Messagero, que “não sabia que era um monumento antigo”.
“Consciente da gravidade do gesto cometido, gostaria, com estas linhas, de apresentar as minhas mais sinceras e honestas desculpas aos italianos e a todo o mundo pelos danos causados a um bem que, na verdade, é património de toda a Humanidade”, escreveu o instrutor de fitness.
Segundo o jornal, esta carta partiu da recomendação de Alexandro Maria Tirelli, o advogado que está a defender Ivan: “O rapaz é o protótipo de turista estrangeiro que acredita que é quase tudo permitido em Itália, mesmo o tipo de ações que seriam severamente punidas no seu país de origem. Considerei essencial fazer com que o nosso cliente compreendesse o valor moral de [escrever] uma carta de desculpas" a Itália e "às instituições da cidade”, disse o advogado.
Ainda assim, o instrutor arrisca-se a uma multa que pode ir dos 2500 aos 15 mil euros, além de poder enfrentar uma pena que pode ir de dois a cinco anos de prisão. O advogado de Ivan diz que pretende “levar o caso até ao sistema judicial”, em conjunto com as autoridades do Coliseu, com o intuito de "conseguir uma punição adequada" quando o caso chegar a tribunal.
Tal como a Fontana di Trevi, o Coliseu também tem sido alvo de vários eventos bizarros. Em 2020, um turista irlandês foi também acusado de vandalizar o monumento, depois de um segurança do local o ver a gravar as suas iniciais na estrutura e o denunciar à polícia, segundo a CNN Internacional.
Já em 2015, dois turistas americanos foram acusados de inscrever as suas iniciais no monumento e, em 2014, um turista russo pagou uma multa por escrever a letra "K", segundo o canal britânico Sky News.
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