“Não se pode adiantar, neste momento, quando é que será tomada uma decisão final sobre este processo”, refere, em comunicado, o TAS, indicando que o Manchester City interpôs recurso na segunda-feira à noite, dentro do limite do prazo.
Por esclarecer está se o Manchester City, que foi igualmente punido com uma multa de 30 milhões de euros, irá pedir consentimento à UEFA para uma audiência pública no TAS ou se será tentado um acordo extrajudicial entre ambas as partes para ultrapassar a situação.
A UEFA considerou o Manchester City culpado de “violações graves” das regras de monitoramento financeiro, de prestar testemunhos falsos sobre rendimentos de patrocinadores e de não cooperar com uma investigação iniciada há quase um ano.
A investigação arrancou de forma oficial em março de 2019 e teve por base uma série de documentos publicados pelo Football Leaks, por parte do português Rui Pinto, entretanto detido em Portugal e a aguardar julgamento, divulgados pela revista alemã Der Spiegel em novembro de 2018.
Entre os documentos e correspondência eletrónica estavam provas de como o dono dos ‘citizens’, Mansour Bin Zayed Al Nahyan, da família no poder em Abu Dhabi, financiava grande parte do acordo anual de patrocínio com a companhia aérea Etihad.
Segundo um dos ‘e-mails’, apenas oito milhões viriam diretamente da Etihad na temporada de 2015/16, uma das abrangidas pela investigação, com o resto a chegar do Abu Dhabi United Group, a empresa que detém o City, o que constitui uma forma de 'fugir' às regras implementadas sobre o máximo que um dono pode investir na equipa, camuflando-as de receitas com patrocínios.
As leis de ‘fair-play’ financeiro foram introduzidas pela UEFA em 2011 para restringir os gastos com salários de jogadores e a quantidade de dinheiro que os donos dos clubes europeus podem investir para esconder as despesas e gastos, impedindo os emblemas de registar despesas demasiado elevadas para as receitas que registarem.
O clube está excluído de jogar nas provas da UEFA nas próximas duas temporadas e a punição não afeta a atual campanha da Manchester City na Liga dos Campeões, em que a equipa inglesa defronta hoje o Real Madrid, em Espanha, na primeira mão dos oitavos de final.
Este é o segundo processo de 'fair-play' financeiro a envolver os bicampeões ingleses, que em 2014 foram multados em 60 milhões de euros.
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