A autoridade eleitoral columbiana decidiu adiar, alegando "ameaças", o anúncio que deveria realizar nesta mesma sexta-feira sobre a data e as condições para a recolha das quatro milhões de assinaturas (20% do total de eleitores) necessárias para a convocação às urnas.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) alegou que os protestos da oposição colocam em risco os seus funcionários e disse que retomará a análise deste tema sensível na próxima segunda-feira, embora não tenha especificado se neste dia fará um pronunciamento definitivo.

O CNE decidiu adiar o processo de recolhe de assinaturas devido à "convocação de protestos para os arredores das sedes em todo o país, que têm sido atacadas em diversas oportunidades, desde abril deste ano".

Segundo o Conselho Eleitoral, na quarta-feira foi iniciada "a revisão do processo de recolha das assinaturas de 20% do total de eleitores para a possível ativação do referendo revogatório presidencial, que deveria terminar nesta sexta-feira", mas sob a ameaça do anúncio da manifestação da oposição, "o tema só será retomado na segunda-feira".

Afetada pela queda das receitas do petróleo, a Venezuela sofre uma crise económica refletida numa escassez de 80% dos alimentos e medicamentos, segundo estudos privados, e a inflação mais alta do mundo, que o FMI estima em 720% para 2016.

As mobilizações serão realizadas após dois dias de protesto, a 1 e 7 de setembro, para exigir o referendo revogatório. O primeiro reuniu um milhão de pessoas em Caracas, segundo os números da oposição, embora o governo afirme que compareceram apenas dezenas de milhares, e que neste mesmo dia mobilizou meio milhão de chavistas.