Esta morte é a primeira anunciada desde que o Governo nacionalista hindu do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou por decreto presidencial a autonomia constitucional do estado de Jammu e Caxemira, no norte do país, o que pode provocar uma insurreição separatista.
Apesar de fortes medidas de segurança e a proibição de manifestações, os moradores de Srinagar relataram alguns protestos esporádicos.
Um polícia, falando sob condição de anonimato disse à agência de notícias AFP que um jovem manifestante perseguido pela polícia “pulou para o rio Jhelum e morreu”.
Os factos ocorreram em Srinagar, um bastião de protesto contra a Índia, que muitos moradores locais entendem como uma força de ocupação.
A Caxemira permaneceu hoje isolada do mundo, com todos os meios de comunicação bloqueados pelo Governo indiano desde a noite de domingo.
O silêncio paira sobre Srinagar nestes últimos dias, com as ruas desertas parecendo uma cidade fantasma. Todas as lojas estão fechadas.
As manifestações locais deixaram pelo menos seis feridos, de acordo com informações obtidas pela AFP.
Um hospital na cidade de Srinagar recebeu seis pessoas com ferimentos à bala ou armas não letais, disse um responsável médico do hospital.
As autoridades indianas asseguram que a situação é calma nesta região montanhosa.
A Caxemira é dividida entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares que já travaram duas guerras pelo domínio daquele estado.
Os dois países disputam a região montanhosa na totalidade, desde a partição do subcontinente, em 1947, no final da época colonial britânica.
Diferentes grupos separatistas combatem, há várias décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão.
Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, morreram no conflito.
O Paquistão pretende levar a questão de Caxemira para as instâncias internacionais, indicou na terça-feira o primeiro-ministro, Imran Khan, um dia após o Governo indiano anunciar a revogação da autonomia constitucional desta região.
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