O mundo disse hoje adeus a Diego Armando Maradona, unanimemente considerado como um dos melhores jogadores de futebol de sempre. Na Argentina, país do ex-jogador, muito se deve ter ouvido a frase "Maradona ha muerto", Maradona morreu.

'El Pibe' morreu esta quarta-feira, depois de uma paragem cardiorrespiratória. Tinha 60 anos acabados de fazer.

As más notícias espalham-se rapidamente e o jornal argentino Clarín avançou a informação com o título: "Conmoción mundial: murió Diego Armando Maradona". Antes do título vem a palavra "Dolor", dor.

Esta comoção é, de facto, mundial. Outros jornais sul americanos, bem como publicações de países onde Maradona atuou, noticiaram a morte do número 10. Em Itália, a Gazzetta dello Sport fez manchete com as palavras o "futebol está a chorar o maior de todos". Em Espanha, onde 'D10S' se destacou ao serviço do Barcelona e do Sevilha, o jornal a Marca destaca a frase "Siempre Maradona".

A vida que levou o antigo capitão da seleção argentina e atual treinador do Gimnasia de la Plata foi não apenas de glória. "Os imortais também sofrem", escreveu o jornal generalista El País, visto que no início do mês o ex-jogador fez uma operação a um hematoma subdural, no cérebro, depois de ter sido hospitalizado com sinais de anemia, desidratação e de um estado depressivo. A vida de Diego Maradona foi marcada também por muitos problemas de saúde decorrentes da sua vida de excessos, principalmente a sua relação com a cocaína,

Em 2000, teve um ataque cardíaco, após uma overdose de drogas, a que se seguiu um longo processo de cura. Em 2004, numa altura em que pesava mais de 100 quilos, sofreu outro enfarte e chegou a ser submetido a uma cirurgia de estômago para perder peso.

No entanto, o que sobressai da vida de Maradona é o domínio no futebol. Nascido num bairro pobre dos subúrbios de Buenos Aires chamado Villa Fiorito, iniciou-se no futebol com nove anos, no Cebollitas. No final, contam-se 346  golos em 680 jogos.

Foram os pés de Maradona que o imortalizaram (sobretudo o esquerdo) - mas também a mão. Em 1986, ficou conhecida a "Mão de Deus", depois de marcar um golo com a ajuda da mão para desbloquear um jogo contra a Inglaterra. O uso da mão teria invalidado o golo, caso os árbitros tivessem conseguido ter a certeza do desenlace do lance. A FIFA veio a dizer que este foi o golo do século, talvez porque permitiu que a Argentina avançasse no Mundial desse ano - e vencesse.

As reações de todo o mundo chegaram rapidamente e os colegas futebolistas não deixam de deixar uma palavra por este argentino que andou de mão dada com a palavra "Gooool", mais 'o' menos 'o'.

Cristiano Ronaldo disse adeus a um amigo e o que o mundo se despede de "um génio eterno". Lionel Messi também se expressou naquele que é para ele "um dia muito triste para todos os argentinos e para o futebol", dizendo que Maradona "deixa-nos, mas não vai embora, porque Diego é eterno".

O ex-futebolista brasileiro Pelé deixou uma mensagem no Twitter: "Que notícia triste. Eu perdi um grande amigo e o mundo perdeu uma lenda. Ainda há muito a ser dito, mas por agora, que Deus dê força para os familiares. Um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no céu".

A UEFA já decretou que se vai fazer um minuto de silêncio antes dos jogos da Liga dos Campeões, marcados para hoje, e da Liga Europa, na quinta-feira, em homenagem a Maradona.
No país de nascimento de El Pibe, onde vive a 'Igreja Maradoniana' vão cumprir-se três dias de luto pela morte do antigo jogador de futebol.

A carreira de Maradona, de 1976 a 2001, contou com passagens pela seleção argentina, com a qual conquistou o Campeonato do Mundo, pelo Nápoles, com o qual conquistou de duas ligas italianas - as únicas do palmarés do clube - e uma Taça UEFA, e pelo Barcelona.

Enquanto treinador, o argentino teve o ponto alto quando orientou a seleção nacional por dois anos, tendo alcançado os quartos de final do Mundial 2010, na África do Sul, competição em que foi derrotado pela Alemanha (4-0).