O chefe de Estado falava no último dia da sua visita de Estado à Grécia, no Serviço Jesuíta aos Refugiados, em Atenas, onde ouviu testemunhos de jovens voluntários portugueses da Plataforma de Apoio aos Refugiados, para quem pediu um aplauso, considerando que "são esplêndidos".

"Estamos unidos nesta posição, que é agradecer-vos", disse-lhes, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelos deputados Amadeu Albergaria, do PSD, Sofia Araújo, do PS, Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, Paulo Sá, do PCP, e José Manuel Pureza, do BE e vice-presidente da Assembleia da República.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a missão destes jovens portugueses voluntários em Atenas e na ilha de Lesbos "representa bem e prestigia Portugal" e é "uma razão de orgulho".

Depois, falando em inglês, defendeu que, "se a Europa não está à altura deste desafio, então deixou de ser a Europa", porque "a Europa foi feita com os valores da dignidade humana, da justiça social, da paz".

"Há populistas que dizem o oposto, mas estão errados. A Europa deles não é a nossa Europa, não é a Europa. A verdadeira Europa é a vossa Europa, é a nossa Europa. Vale a pena lutar por essa Europa. Eu ainda acredito nos valores dessa Europa e acreditarei sempre. Essa Europa que vale a pena", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa contou que ao chegar a este centro jesuíta apercebeu-se de que uma vizinha tinha pendurado um pano em protesto contra a presença dos refugiados. "As pessoas tornam-se egocêntricas", lamentou.

O chefe de Estado acrescentou que gostava de falar com essa mulher para lhe perguntar se a "Grécia não teve também guerras civis, não esteve na II Guerra Mundial, com refugiados gregos", e salientar que qualquer pessoa pode um dia vir a ser refugiado ou vir a ter um membro da sua família refugiado.