“O Conselho de Estado tem dois pontos, um primeiro ponto é a intervenção do senhor primeiro-ministro, se ele quiser tê-la, porque ele não teve oportunidade de ter no final das intervenções dos demais conselheiros e depois a intervenção do Presidente da República que normalmente faz uma intervenção tendo em linha de conta as dos conselheiros e fazendo um ponto da situação, agora já com mais um mês e meio de experiência”, explicou.

Questionado pelos jornalistas à margem da abertura oficial da Festa do Livro no Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República acrescentou que o segundo ponto da reunião deste órgão consultivo “é sobre um tema internacional que é a Ucrânia”, que “também é importante do ponto de vista do condicionamento da evolução não só política, mas económica e social”.

Escusando-se a adiantar o que irá dizer aos conselheiros no período destinado a concluir a reunião de 21 de julho que terminou sem a divulgação de conclusões, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “uma coisa é evidente”.

“Quando se tem uma reunião num determinado momento toma-se nota daquilo que foi registado e escreve-se a intervenção. Está escrita há muito tempo”, adiantou.

Questionado sobre se tenciona falar da comissão de inquérito à TAP no Conselho de Estado, o chefe de Estado remeteu para essa reunião à porta fechada o que poderá ou não dizer “sobre os vários temas que foram levantados pelos conselheiros”, advertindo que “não é possível falar de todos eles porque falaram várias horas”.

“Sempre achei que tinha muitos interessados. A minha visão sobre o interesse da TAP para portugueses – também há interessados portugueses ao que parece -, mas para estrangeiros para mim era evidente”, respondeu.

Este interesse, continuou Marcelo, é “tão evidente quanto o facto de ter estado praticamente fechado um pré-acordo com a Lufthansa em 2020, imediatamente antes da pandemia”, sublinhando que a companhia aérea portuguesa “tem rotas que são muito importantes para a generalidade das companhias” como é o caso das rotas para América do Sul e África, mas também para os Estados Unidos.

Em 18 de agosto, em declarações à TVI durante as suas férias na praia de Monte Gordo, no Algarve, o Presidente da República tinha adiantado que o Conselho de Estado da próxima semana iria servir para terminar a última reunião, que acabou sem a divulgação de conclusões, e fazer um “balanço da situação internacional”.

Em 21 de julho, a reunião do Conselho de Estado, que durou cerca de quatro horas e meia, dedicada à análise da situação económica, social e política do país, terminou sem a divulgação de conclusões.