O prato principal do almoço são as tradicionais sopas em honra do Divino Espírito Santo (culto religioso enraizado no arquipélago e que se comemora nesta altura do ano), que serão confecionadas por cerca de 50 elementos, de várias freguesias da ilha, contratado para servir a comitiva de Marcelo Rebelo de Sousa, durante esta visita ao Faial, integrada na deslocação de seis dias ao arquipélago que decorre desde quinta-feira.
“Foi-nos pedido para fazer sopas para, aproximadamente, duas mil pessoas, e o que nos disseram é que seria aberto à população em geral, por isso, temos de ter carne em quantidade para que não haja falhas”, explicou à agência Lusa, José Emídio, um dos coordenadores do grupo de cozinheiros que está a preparar o almoço.
Segundo explicou o coordenador, serão servidas nestas sopas mais de 1.600 quilogramas de carne, que resultam do abate de cinco novilhos, e ainda 800 pães grandes e 150 quilogramas de massa sovada (um pão doce que acompanha as sopas) e como sobremesa, o tradicional arroz doce.
“Serão as maiores sopas que este grupo já confecionou”, adiantou José Emídio, lembrando que, até agora, já tinha servido sopas em honra do Divino Espírito Santo para um máximo de 500 pessoas.
Para acolher um tão elevado número de convidados numa só refeição, a Câmara Municipal da Horta (o único município da ilha do Faial), mandou encerrar ao trânsito parte da Avenida 25 de Abril, junto à marina da Horta, onde foi instalada uma tenda com 1.000 m2, que terá como vista de fundo a vizinha ilha do Pico, situada a apenas cinco milhas náuticas de distância.
Antes de serviço o almoço, marcado para as 13:00 locais (mais uma em Lisboa), o Presidente da República irá discursar na sessão solene comemorativa do Dia dos Açores, na sede da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, participando depois num cortejo em honra do Divino Espírito Santo, com a presença de todas as irmandades da ilha do Faial.
O cortejo irá sair do Império dos Nobres, situado junto à Praça da República, no centro da cidade, que foi mandado construir num “momento de aflição para o povo da ilha”, na sequência da erupção vulcânica de 1672, ocorrida entre as freguesias da Praia do Norte e do Capelo, situadas na costa norte do Faial.
Na altura, foi assumido que a “autoridade municipal” assumiria o voto “perpétuo” de, anualmente, organizar um ato religioso composto de procissão, missa e “distribuição de esmolas pela população” participante, como agradecimento divino à proteção do povo, compromisso que a Câmara da Horta mantém até aos dias de hoje.
O programa do Dia dos Açores contempla ainda, após o almoço, um cortejo etnográfico com atuação de grupos folclóricos e à noite, a partir das 21:30, um concerto pela Orquestra Regional Lira Açoriana na Marina da Horta.
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