Em declarações aos jornalistas, no Aeródromo da Graciosa, nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se preocupado com "uma repetição de atentados em curtíssimo lapso de tempo" e "coincidindo com calendários eleitorais", o que no seu entender "significa uma forma de pressão relativamente às democracias".

"Se queremos lutar pela democracia, e temos de lutar pela democracia, não podemos aceitar o esvaziamento dos nossos ideais: a liberdade, o pluralismo, os direitos das pessoas. Mas temos de, ao mesmo tempo, respeitando isso sempre, pensar a sério na segurança europeia. E aí muito obriga à convergência entre a UE e o Reino Unido", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que atentados "contra cidadãos comuns, anónimos, indefesos", como o de sábado à noite, em Londres, que matou pelo menos sete pessoas e feriu 48, visam "criar uma sensação de insegurança generalizada".

"Eu tive ocasião ontem mesmo [sábado] de enviar uma mensagem a sua majestade a rainha Isabel II que era, ao mesmo tempo, de condenação de mais este ataque, tudo indica, terrorista, contra pessoas indefesas, e de solidariedade relativamente ao povo britânico", referiu.

Segundo o chefe de Estado, "a Europa está muito mais concertada", mas neste contexto impõe-se ainda maior convergência, incluindo com os britânicos, mesmo após o 'Brexit': "Aquilo que se tem passado no Reino Unido leva-nos a pensar no reforço da cooperação, no futuro, entre o Reino Unido - mesmo fora da União Europeia - e a UE".

"Em matéria de segurança", argumentou, "tudo o que possa aparecer como uma separação, um afastamento relativamente ao Reino Unido, e do Reino Unido em relação à UE, não é bom para qualquer dos dois parceiros".

Questionado sobre a decisão da primeira-ministra britânica, Theresa May, de manter a realização das eleições legislativas na data prevista, 08 de junho, o Presidente da República respondeu: "Mas isso é óbvio".

"Eu não me quero imiscuir na política de um país irmão e amigo, mas a pior coisa que poderia haver era, perante uma ofensiva terrorista que visa desestabilizar a democracia, a democracia demitir-se de ser democracia. Não pode", defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa está nos Açores desde quinta-feira, para visitar, em seis dias, sete das nove ilhas do arquipélago. Depois do Corvo, das Flores, Terceira e Pico, chegou hoje à Graciosa, de onde seguirá para o Faial e, por fim, São Jorge.

Pelo menos sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas, no sábado à noite, vítimas de dois incidentes em diferentes pontos de Londres, London Bridge e Borough Market. Três atacantes foram mortos pela polícia.

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