“Essa solução definitiva significa, para o futuro, não estarmos a investir permanentemente quantos milhões mais de dinheiro dos portugueses para entrar na TAP”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas à margem da 44.ª edição da Feira do Queijo de Celorico da Beira.

O chefe de Estado manifestou o desejo de que “o processo de reestruturação chegue ao fim e que isso signifique, como o Governo já anunciou, haver uma solução definitiva para a TAP”.

Marcelo apontou as "investigações judiciais em curso" e as "comissões parlamentares de inquérito" sobre a companhia aérea portuguesa para considerar que, a este respeito, "há, neste momento, na cabeça dos portugueses duas ideias”.

A primeira ideia é: “o que tiver de se apurar, apure-se de uma só vez, se possível rapidamente, mas demorando o tempo que é necessário”.

“Apure-se a nível de tribunal, se é caso de tribunal, apure-se a nível de parlamento, se é caso de parlamento, se é mais político que de Direito”, disse, numa alusão à investigação do Ministério Público à privatização concretizada no mandato do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

A segunda ideia é a de se encontrar a "solução definitiva" que ponha fim aos milhões de euros que têm sido injetados na TAP.

A TAP deverá ser "em breve" alvo de um processo de privatização, segundo anunciou o ministro das Finanças.

Por outro lado, na quarta-feira, o jornal ECO noticiou que quatro dias depois de o consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa, a Atlantic Gateway, ter adquirido 61% do capital da TAP em 12 de junho de 2015, a sociedade DGN, liderada por Neeleman, selou um memorando de entendimento com a Airbus.

De acordo com a notícia do ECO, o memorando em questão implicava que a TAP desistisse de um contrato com a Airbus para o ‘leasing’ de 12 aviões A350 e adquirisse antes 53 aeronaves. O ECO avança que o valor que a TAP estará a pagar pelos 53 aviões em questão está em cerca de 254 milhões de dólares acima do valor de mercado.

O jornal avança ainda que, “de acordo com dados da Atlantic Gateway”, a Airbus “iria providenciar créditos de capital à DGN, no valor de 226,75 milhões de dólares, para serem canalizados para a TAP através da Atlantic Gateway”, correspondendo ao “exato valor da maior tranche de suprimentos que seriam mais tarde colocados na companhia aérea”.